Juliana Nehme, modelo brasileira, acusou a companhia aérea Qatar Airways de gordofobia após ter o embarque negado em uma das aeronaves na empresa. Em vídeos publicados nas redes sociais, a modelo contou que funcionários no aeroporto de Beirute, no Líbano, barraram a entrada dela na aeronave por ser “gorda demais” e que ela poderia entrar caso comprasse uma passagem a mais.
“Eu teria que comprar outra passagem, pagar uma multa por não ter ido no voo e outra multa pela minha mãe não ter ido também”, conta. Ela diz que foi cobrada mais de três mil dólares de multa, por volta de R$ 15 mil e uma passagem, tanto para ela, quanto para a mãe.
Nos vídeos, ela chega a chorar ao falar dos valores que foi cobrada pela companhia aérea. "Eu ainda não tenho o que fazer, não consigo ir embora porque não tenho o dinheiro que eles querem, provavelmente terei que pagar 3 mil dólares, tentei comprar passagem de outra companhia e não consegui porque pediram dois mil dólares para mim e mais dois para minha mãe, não tenho esse dinheiro, estamos aqui presas e ninguém faz nada por mim”, lamentou.
Em uma série de stories no Instagram nesta quinta-feira (24), Juliana conta que está sendo ajudada pela Embaixada do Brasil no Líbano. “Eu consegui falar com o embaixador e ele está me ajudando, ele conseguiu falar com a Qatar, mas a companhia não abre mão, segue dizendo que eu devo comprar mais duas passagens extras para mim e a multa da minha mãe”, informou.
Para a Band, o Ministério das Relações Exteriores informou que está em contato com Juliana e “presta a assistência cabível à cidadã brasileira, em conformidade com os tratados internacionais vigentes”.
Segundo a advogada de Juliana, Rayane Souza, a modelo já está voltando ao Brasil e foi realocada em um voo da Qatar Airways para o país. Ela informou que pretende entrar em ação na Justiça contra a companhia aérea. “A orientação é que ela entre sim, mas vamos esperar ela chegar em segurança para ver essa questão. Foi uma experiência muito traumática então iremos esperar para ela ter essa conversa”, afirma.
Em nota para a Band, a Qatar Airways afirmou que trata todos os passageiros com respeito e dignidade, de acordo com práticas da indústria. Segundo a empresa, “qualquer pessoa que impeça o espaço de um companheiro de viagem e não consiga prender o cinto de segurança ou abaixar os apoios de braço pode ser obrigada a comprar um assento adicional”.
Eles justificam a cobrança como uma precaução para o conforto e segurança dos passageiros. A Qatar também informou que, segundo os funcionários, Juliana teria sido “extremamente agressiva com a equipe, que teve de chamar a segurança duas vezes”. A companhia aérea também informa que Juliana embarcou em um voo remarcado para esta noite no Líbano.