O presidente russo, Vladimir Putin, expressou nesta quinta-feira (24/08) condolências às famílias de todos aqueles que morreram na queda do avião onde estaria o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, informou no Telegram a agência estatal russa Tass.
Em um discurso televisionado, Putin destacou que conhecida Prigozhin desde o início da década de 1990 e que ele era um "empresário talentoso", que se dedicava "ao petróleo, ao gás, às pedras preciosas, ao metal".
"Cometeu erros graves durante a vida"
"Foi uma pessoa com um destino complicado. Cometeu erros graves durante a vida, mas conseguiu os resultados necessários para si mesmo e, quando lhe pedi, para a causa comum, como nos últimos meses", declarou.
O presidente russo disse ainda que Prigozhin teria voltado da África nesta quarta-feira, antes de embarcar no voo de Moscou a São Petersburgo, que caiu poucos minutos após a decolagem, matando os 10 ocupantes, de acordo com a autoridade de aviação russa.
Putin também ressaltou que a contribuição dos combatentes do Wagner para "a luta contra o neonazismo não será esquecida". Frequentemente, Putin usa como argumento para a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, "a libertação do país dos nazistas", referindo-se ao governo ucraniano liderado pelo judeu Volodimir Zelenski.
"Isso é sempre uma tragédia. Na verdade, se eles estavam lá, e os primeiros dados indicam que os membros do Grupo Wagner estavam lá, gostaria de enfatizar que essas pessoas deram uma contribuição notável à causa comum da luta contra o regime neonazista na Ucrânia", destacou. "Nós nos lembramos disso, sabemos disso e não esqueceremos", acrescentou.
Confirmação de identidades deve demorar
Embora a agência de aviação civil russa tenha confirmado que Prigozhin viajava no avião que caiu, os 10 corpos recuperados ainda não puderam ser identificados, uma vez que estavam carbonizados e será necessário análise de material genético.
Putin fez as declarações quando muitos analistas e meios de comunicação independentes sugerem que ele está por trás da morte de Prigozhin, que apareceu pela última vez na segunda-feira em um vídeo supostamente gravado na África.
O presidente russo acusou Prigozhin de traição quando o chefe do Wagner se rebelou e chegou com suas tropas a cerca de 200 quilômetros de Moscou, mas depois recebeu-o no Kremlin e concordou que transferisse seus mercenários para Belarus.
O mandatário russo também disse que é preciso aguardar o fim da investigação oficial para saber as causas da queda do avião.
"O que é totalmente seguro, e o chefe do Comitê de Investigação me informou sobre isso hoje, é que já começaram as investigações preliminares deste incidente, e estas serão realizadas de forma exaustiva e serão levadas até o fim", declarou Putin.
le/md (AFP, Reuters, ots)