PT indica federação com PV e PCdoB e reforça marca "Lula esperança do povo"

Legenda diz que pré-candidatura de Lula também terá PSOL, REDE e partidos de Centro

Narley Resende

O Partido dos Trabalhadores (PT) documentou nesta quinta-feira (24) a intenção de criar uma federação com PV e PCdoB. A sigla também manifestou-se oficialmente pela primeira vez sobre alianças com PSB e com a federação que deve ser formada por PSOL e REDE, em apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. 

Na nota que anunciou a conjuntura, o PT usou o slogan “Lula, a esperança do povo brasileiro”, que foi parafraseado pelo ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, diante de sua filiação ao PSB. Alckmin deve disputar a eleição presidencial como vice na chapa de Lula. 

O texto com as propostas foi apresentado no Diretório Nacional do PT pela corrente majoritária do partido — a mesma do ex-presidente Lula — e aprovado com apoio de 65% dos dirigentes nacionais. 

Grupos minoritários ainda tentaram modificar o documento, por meio de emendas, o que foi rejeitado. Nessa quarta-feira (23), Lula indicou que a aliança com Alckmin é irreversível

Na nota oficial desta quinta, o PT destaca as convergências que têm com o PCdoB e PV e defende a federação com as duas legendas. 

A direção petista afirma que, além dos dois partidos, a pré-candidatura de Lula à Presidência provavelmente terá apoio de Psol e Rede, que devem fazer outra federação.

Centro 

Na proposta, o PT defende também uma aliança ampla em torno de Lula, com partidos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL) abrindo espaço para acordos com partidos de centro. “Todas e todos que decidirem pelo enfrentamento a Bolsonaro como prioridade política dos próximos meses terão no PT um aliado para aquela que será a eleição mais importante que já enfrentamos”, afirma o texto intitulado “Lula, a esperança do povo brasileiro!”.

Federações 

Em 2022, pela primeira vez, os partidos políticos poderão se unir em federações partidárias, regulamentadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dezembro do ano passado.

A lei que autoriza a criação de federações partidárias foi aprovada pelo Congresso, vetada pelo presidente Jair Bolsonaro e validada novamente pelos parlamentares no ano passado.

Com a criação das federações, os partidos poderão se unir para apoiar qualquer cargo, desde que assim permaneçam durante todo o mandato a ser conquistado. A federação de partidos vale para eleições majoritárias, bem como para as proporcionais.

Assim, a principal diferença é o caráter permanente das federações, uma vez que as alianças firmadas nas coligações valem apenas até a eleição, podendo ser desfeitas logo em seguida.

As coligações têm cunho totalmente eleitoral, e terminam com o fim do pleito no mês de outubro, permitindo ideologias e conteúdos diferentes em cada uma das legendas que formavam essa ligação.  

Já no caso das federações, os partidos são obrigados a terem conteúdos programáticos semelhantes de maneira Estadual e Nacional, para que fiquem unidos por um período de quatro anos.  

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