O PT começou nesta semana a formalizar nomes para composição do Conselho Político de Transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta terça-feira (8), a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann, anunciou que o PSD e o MDB também irão compor a equipe que organiza a mudança do governo Jair Bolsonaro (PL) para a nova gestão.
Gleisi reuniu-se com o presidente do MDB, Baleia Rossi, consolidando aliança para a transição. Em seguida, informou que teve uma "ótima conversa" com o presidente do PSD, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, e que também formalizou um convite para que o partido participe da transição e do conselho político que será formado.
"O deputado Antônio Brito foi indicado para compor o Conselho. Mais tarde o PSD indicará os membros que integrarão o governo de transição", publicou Gleisi.
O atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é filiado ao partido e pretende disputar a reeleição para o comando da Casa. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, foi ministro de Dilma e de Michel Temer (MDB).
As indicações sugerem que MDB e PSD entrarão na coalizão de partidos que apoiarão Lula no Congresso Nacional. O PT também conversa com o União Brasil.
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin é o coordenador da equipe de transição, e os trabalhos são feitos na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília.
A senadora Simone Tebet deverá cuidar da área de Desenvolvimento Social, segundo anunciou Alckmin.
Por lei, o governo eleito tem direito a 50 cargos para a transição. Por parte do atual governo, a transição está sendo feita pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP).
O ex-ministro da Educação Fernando Haddad informou nesta terça (8), após reunião para instalação do núcleo de educação da equipe de transição que o coordenador do núcleo será o ex-ministro Henrique Paim. Ele foi secretário-executivo do MEC (Ministério da Educação) e presidiu o FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação) antes de ocupar a pasta de fevereiro de 2014 a janeiro de 2015. Atualmente é professor da FGV (Fundação Getulio Vargas).
"Paim tem um profundo conhecimento, e como não deixou a área, e desde que saiu do MEC chefia a FGV do Rio de Janeiro com uma equipe grande de assessoria a estados, municípios e o próprio MEC, e manteve a interlocução com todas as personalidades, ele vai ter condição, até de infraestrutura, para que os trabalhos avancem”, disse Haddad.
Lula deve se reunir nesta semana com a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF); com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado e do Congresso Nacional; e com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.
Equipe de transição
Gleisi Hoffmann destacou que integrar a equipe de transição não significa “necessariamente” compor o novo governo com ministérios, embora essa seja expectativa.
“Nós achamos importante formalizar a participação dos partidos nesse processo. Vamos apresentar o nome de dez partidos políticos que estão conosco no primeiro turno, no segundo, incluindo o PDT e gostaríamos que o MDB estivesse conosco para um conselho político na transição”, resumiu Gleisi.
Aliados de Lula têm procurado partidos para negociar alianças. O PT busca o apoio de legendas como MDB, PSD e União Brasil, para além dos partidos de esquerda que já estão no grupo. “Quem vai compor a equipe de transição não necessariamente será ministro”, pontuou Gleisi.
A presidente do PT destacou que a equipe de transição terá 32 grupos de trabalho para diagnosticar o governo e que as indicações políticas não trarão prejuízo ao grupo técnico necessário.
Gleisi disse que o governo de Jair Bolsonaro (PL) já nomeou interlocutores para a transição e lembrou que o ministro chefe da Casa Civil Ciro Nogueira (PP) garantiu que o governo irá colaborar. “Ele garantiu a disposição do governo de colaborar, mas nesta semana que vamos sentir isso na prática”, disse Gleisi.
A lista oficial de integrantes da equipe de transição deve ser publicada em Diário Oficial. Por enquanto, seguindo anúncios feitos pelo PT, a lista é a seguinte:
- Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito: Coordenador da equipe de transição
- Aloizio Mercadante, ex-ministro: Coordenador do Núcleo Temático de Transição
- Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do PT: Coordenadora de Relações Institucionais com partidos
- Rosângela (Janja) Lula da Silva, socióloga e futura primeira-dama: Cerimonial da posse
- Floriano Pesaro (PSB), ex-deputado federal: Processo administrativo de transição
- Simone Tebet (MDB), senadora: Coordenadora de Desenvolvimento Social
- Guilherme Boulos (PSOL-SP), deputado federal eleito: Coordenador de políticas de moradia e cidades
- Henrique Paim, ex-ministro: Coordenador do Núcleo Educação
- Antônio Brito (PSD), deputado federal: atribuição ainda não anunciada
- Persio Arida e André Lara Resende, economistas fundadores do Plano Real: Núcleo econômico