Psicológico de Torres se “agravou muito” desde que Moraes manteve prisão

Pessoa próxima a Anderson Torres disse à Band que psiquiatra considerou piora no quadro mental do ex-ministro da Justiça desde que Moraes negou liberdade

Diego Sarza e Édrian Santos

Ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres está preso por suposta omissão
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O estado psicológico de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, agravou-se desde a última sexta-feira (21). A informação foi apurada pela Band com uma pessoa próxima ao também ex-ministro da Justiça e Segurança Pública durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Situação da saúde mental de Torres é acompanhada por uma psiquiatra. O laudo será enviado para o Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de convencer a Justiça a voltar atrás na prisão preventiva do ex-secretário, detido desde o dia 14 de janeiro por suposta omissão a respeito dos atos criminosos no dia 8 do mesmo mês.

Semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, manteve a prisão preventiva de Torres. O magistrado alegou que o encarceramento se fundamenta em outro inquérito envolvendo o ex-ministro, o que apura se uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no segundo turno das eleições, tinha por finalidade impedir a chegada dos eleitores aos locais de votação.

Outro depoimento

Na próxima segunda-feira (24), Torres deve ser ouvido sobre a operação da PRF, ocasião em que era chefe das forças de segurança nacionais. Esta será a terceira vez que ele será ouvido desde a prisão.

Na época, mesmo com negativas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a operação, a PRF fez blitzen contra veículos em colégios eleitorais onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderou no primeiro turno. A operação, supostamente, atrasou ou impediu a chegada de eleitores aos locais de votação.

Na quinta-feira (20), o Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou um relatório que aponta uma discrepância entre o número de operações da PRF no Nordeste, reduto eleitoral de Lula, com o do restante do país.

Operação da PRF e minuta golpista

Na decisão de Moraes, ele afirmou que fatos novos podem ligar Torres a essas tentativas de atrapalhar a votação no segundo turno. Além disso, o magistrado do STF também citou a minuta golpista na casa do ex-ministro.

“Depoimentos de testemunhas e a apreensão de documentos apontam fortes indícios da participação do requerente na elaboração de uma suposta minuta golpista e em uma operação golpista da Polícia Rodoviária Federal para tentar subverter a legítima participação popular no segundo turno das eleições presidenciais de 2022”, considerou Moraes.

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