O próximo fim de semana será “o mais duro” da pandemia para médicos que precisam usar o kit intubação em pacientes com Covid-19, de acordo com o deputado Doutor Luizinho, que também é médico e integra o comitê nacional de combate à doença.
A afirmação foi feita nesta quinta-feira (15) durante entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes. Segundo ele, é possível que a situação melhore na semana que vem, com a chegada de medicamentos importados, mas até lá leitos de UTI deixarão de ser usados.
“Considero o problema hoje dos medicamentos, dos anestésicos e sedativos para intubação o problema mais grave que o Brasil enfrenta. Chegamos a ter em fila quase 6 mil pessoas aguardando leitos, hoje reduziu, mas ainda temos muitos. Os leitos que temos alguns estão sendo fechados porque as pessoas não têm kit de intubação”, disse.
“Eu acredito que semana que vem esse problema vai estar em grande parte resolvido, não da forma que a gente espera. Todo mundo que trabalha com hospital trabalha com 30 dias de estoque e isso vai gerar estoque de 7 a 15 dias, mas esse será o final de semana mais duro do país com essa questão. Será um final de semana muito duro para todos que estão no enfrentamento da Covid-19”, destacou o deputado.
Doutor Luizinho diz que o problema surgiu porque a produção nacional não deu conta da demanda e a Anvisa demorou para liberar a importação.
Além disso, sem tabelamento de preços, distribuidores seguraram estoques para ganhar mais dinheiro, afirma o presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara.
“As principais empresas que receberam essas encomendas e que venderam não estão conseguindo fazer a entrega e de alguma maneira, algum distribuidor segura medicamento para aumentar preço. Se vocês verem os preços praticados no ano passado para esse ano é uma vergonha o que está sendo feito no país”, afirmou.
O deputado ainda disse que propôs um tabelamento de preços. “O que o governo federal tinha que ter feito era ter liberado a importação e ter feito uma grande compra internacional direta para repor a situação no país como um todo e não ficar assistindo. O governo precisa ser proativo nessa compra, nessas aquisições e não deixar os governos estaduais ou municipais com essa dificuldade”, disse.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, no Jornal Gente, o deputado também criticou a Anvisa pela demora na liberação de vacinas, especialmente a Sputnik V, desenvolvida na Rússia.