O número de profissionais do sexo com registro trabalhista aumentou em 2022 na Alemanha, chegando a 28.280 – um crescimento de 19,1% em relação ao ano anterior, segundo dados oficiais da Destatis, a agência federal de estatística, divulgados nesta sexta-feira (15/09).
Para especialistas, boa parte desse aumento está relacionado à reabertura dos negócios depois de restrições que vigoraram durante os dois piores anos da pandemia de covid-19, 2020 e 2021.
O total de trabalhadores legalizados contabilizados até o fim de 2022, porém, ainda estava muito abaixo do patamar pré-pandemia de 2019: 40.370.
Estimativas não oficiais, porém, apontam que o número total de atuantes no ramo em 2019 era muito maior, superando a casa dos 400 mil – profissionais sem registro ficaram sem acesso a auxílios compensatórios reservados à categoria durante o confinamento ditado pela pandemia. Muitos não se registram por temerem se expor, ou por não terem um endereço oficial ou permissão de residência no país.
Maioria dos trabalhadores é estrangeira
Os dados da Destatis revelam que a maioria esmagadora (oito em cada dez) dos que trabalham com sexo na Alemanha vem de outros países da Europa.
As quatro nacionalidades mais presentes na estatística são: romena, com 9.870 registros (34,9%); alemã, com 5.204 (18,4%); búlgara, com 3.140 (11,1%); e espanhola, com 1.760 (6,2%). Outros 1.202 profissionais (4,2%) vêm de países da Ásia, e 661 do continente americano (2,3%).
Três em cada quatro (76%) tinham idade entre 21 e 44 anos, 4% tinham entre 18 e 20 anos.
Em relação a 2019, o número de empresas do ramo praticamente dobrou, saindo de 1.170 para 2.310 – um ligeiro aumento em relação a 2021, quando eram 2.290. A maioria eram casas de prostituição, outros 5%, agências, e 3% estavam registrados como veículos móveis para profissionais do sexo ou eventos especiais.
Sem informações sobre gênero
Os dados do Destatis foram coletados sob a vigência da lei de prostituição, que vigora na Alemanha desde 2002 e tem como objetivo melhorar as condições sociais e legais da atividade – impondo a empresas, profissionais autônomos e trabalhadores o registro junto às autoridades e o uso de preservativos, entre outras medidas.
As estatísticas são baseadas nas informações fornecidas no ato de registro, que dispensa informações sobre sexo e gênero.
Autor: Richard Connor