Projeto destaca o poder da música como ferramenta social e de inclusão

Por Agência Estado

Contra muitos prognósticos, o empresário sobreviveu às complicações da endocardite infecciosa (infecção do revestimento interno do coração que geralmente também afeta as válvulas cardíacas). Era inevitável que a experiência trouxesse para Wolf uma nova perspectiva de vida e, consequentemente, uma reavaliação de prioridades. "Aprendemos pelo amor ou pela dor. Eu aprendi pela dor."

Wolf sentiu que precisava fazer algo pelo próximo, mas a luz que deu origem ao seu projeto de vida surgiu de um lugar inusitado: uma novela. "Estava assistindo a Páginas da Vida. Tinha uma personagem com Down e aquilo me inspirou", conta, referindo-se a Clarinha, interpretada por Joana Mocarzel, atriz com a síndrome. "Embora não entendesse nada de inclusão, comentei com a minha esposa (Olga Kos) que queria criar algo para ajudar na integração de pessoas com deficiência", diz Wolf, de 73 anos.

Assim nasceu, em 2007, o Instituto Olga Kos, que desenvolve projetos artísticos, esportivos e científicos para atender pessoas com deficiência e em situação de vulnerabilidade social. Atualmente, são 6.500 atendimentos em São Paulo, 280 em Brasília e 120 no Rio.

Artistas

Entre os projetos do instituto, se destaca o Concerto do Bem, que tem como foco o desenvolvimento e a inclusão social por meio da música e fará uma apresentação nesta quinta-feira, 28, no Memorial da América Latina. O Concerto do Bem III - Notas e Harmonia terá orquestra, coral e solos performáticos com os participantes das oficinas de arte e cultura promovidas pelo instituto.

Márcia de Castro Sá, de 40 anos, está empenhada nos ensaios. Será dela a missão de apresentar um solo em Eu Sei Que Vou Te Amar, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, durante o concerto. Há 15 anos no instituto, Márcia tem paralisia cerebral e visão subnormal. "No instituto aprendi que não tenho limites para chegar aonde eu quiser. Ainda quero ser uma cantora profissional", diz.

Outro participante é Pedro Henrique Siqueira, de 29 anos, um dos bateristas da apresentação. "Pedro tem síndrome de Down, mas a arte, a música e o grafite abriram muitas portas de socialização para ele. Hoje, ele melhorou muito a parte social e a fala", conta Valéria Siqueira, mãe de Pedro. Durante os ensaios, ela perguntou se Pedro estava nervoso ou ansioso pela apresentação. A resposta foi rápida: "Não, mãe. Eu tô feliz".

O espetáculo terá Nailor Proveta na regência e também arte-educadores do Olga Kos e da Escola de Música do Parque do Ibirapuera.

SERVIÇO

O que: Concerto do Bem III

Onde: Memorial da América Latina - Auditório Simón Bolívar. Av. Mário de Andrade, 664. 5ª

Quando: Quinta-feira (28/11) às 19h30.

Quanto: Gratuito - Ingressos pelo Sympla:

bit.ly/concertodobem

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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