Há exatos 50 anos, no dia 11 de setembro de 1973, as Forças Armadas, lideradas pelo general Augusto Pinochet, deram um golpe de Estado, que encerrou o governo socialista e democrático de Salvador Allende. O país se juntava, então, a outros vizinhos latino-americanos que estavam sob o controle de governos autoritários, como era o caso do próprio Brasil desde 1964.
O repórter Phillip Lucas conversou com o professor de Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC e Coordenador do Observatório de Política Externa do Brasil, Gilberto Maringoni, que explicou como o golpe segue influenciando a sociedade chilena.
A ditadura militar se caracterizou por destruir o sistema democrático, encerrar os partidos políticos, dissolver o Congresso Nacional, restringir o quanto pode os direitos civis e políticos e por violar direitos humanos básicos.
Foram 17 anos até que o Chile voltasse a ter eleições presidenciais e as Forças Armadas deixassem o poder. Mas as heranças sombrias desse período continuam a se fazer presentes na sociedade chilena.
Enquanto alguns lutam há décadas para achar os corpos dos familiares desaparecidos na ditadura, ressurgem forças de extrema-direita e negacionismos, e o país têm dificuldades para substituir uma Constituição criada no governo Pinochet vigente até hoje.
Protestos no Chile
A marcha anual, composta por familiares das vítimas da ditadura, se tornou violenta por pequenos grupos de pessoas que entraram em confronto contra a polícia neste domingo (10). Os manifestantes jogaram coquetéis molotov contra veículos policiais. As autoridades revidaram com canhões de água e gás lacrimogênio.
Segundo autoridades locais, a La Moneda (sede da presidência chilena), sofreu danos durante as manifestações e teve suas janelas quebradas.