O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, teria sido condenado por tentar anular o resultado da eleição presidencial de 2020 – perdida por ele – se não tivesse sido reeleito em 2024, afirmou o promotor especial que investigou o caso, Jack Smith.
Smith afirmou, em seu relatório, já publicado nos principais meios de comunicação dos EUA nesta terça-feira (14/01), que Trump, que foi presidente de 2017 a 2021, fez "uma série de esforços criminosos para se manter no poder" após ser derrotado pelo atual presidente, Joe Biden, na eleição de 2020.
O promotor disse acreditar que "a evidência admissível era suficiente para obter e sustentar uma condenação num julgamento".
Trump reagiu com irritação. "O perturbado Jack Smith não conseguiu processar de forma bem-sucedida o adversário político do seu 'chefe', o corrupto Joe Biden", afirmou Trump numa mensagem publicada na sua plataforma Truth Social.
Parte do relatório de Smith foi enviado ao Congresso nesta terça-feira pelo Departamento de Justiça, depois que a juíza Aileen Cannon deu sinal verde para sua divulgação, o que Trump, que assumirá a presidência em 20 de janeiro, tentou impedir por meio de ações legais.
O relatório lista as supostas tentativas de Trump de subverter os resultados da eleição de 2020, que incluem "pressão sobre autoridades estatais”, "eleitores fraudulentos”, "pressão sobre o vice-presidente" Mike Pence e uma seção sobre como grupos de apoiadores do republicano atacaram o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021 para impedir que a vitória de Biden fosse certificada.
A parte do relatório do outro caso tramitado por Smith contra Trump, aquele envolvendo documentos confidenciais encontrados na casa do presidente eleito em Palm Beach, Flórida, continua confidencial e não foi tornada pública.
Em agosto de 2023, Smith acusou Trump no Tribunal do Distrito Federal de Washington de três acusações inter-relacionadas de conspiração para anular sua derrota eleitoral de 2020.
Smith teve que alterar a acusação em 2024 depois que a Suprema Corte decidiu sobre a imunidade presidencial e, por fim, retirou-a após a vitória eleitoral de Trump em novembro.
O promotor especial também entrou com uma acusação contra Trump na Flórida por reter ilegalmente documentos confidenciais após deixar o cargo e conspirar com outros dois acusados, Waltine Nauta e Carlos de Oliveira, para obstruir os esforços do governo para recuperá-los.
De qualquer maneira, Trump será o primeiro presidente na história dos EUA a ser condenado por um crime, tendo sido considerado culpado e sentenciado pelos pagamentos ilegais feitos em 2016 à atriz pornô Stormy Daniels para que ela ficasse em silêncio sobre um suposto relacionamento entre ambos.
as/bl (Efe, Lusa)