A Confederação Geral do Trabalho da Argentina, principal sindicato do país, convocou uma greve geral para o dia 24 de janeiro para pressionar o Congresso a rejeitar o projeto de reforma geral do Estado e as medidas do “decretaço” apresentadas pelo presidente Javier Milei.
Na quinta-feira (28), Milei enviou ao Congresso um projeto de reforma geral do Estado, com 600 artigos declarando emergência pública e econômica até 2025. Entre esses artigos, há um que tenta impedir que os parlamentares ou a Justiça alterem um pacote de decretos anunciado na última semana e que vem gerando protestos da população.
Atualmente, as medidas do “decretaço” já estão em vigor no país e só podem ser revogadas a partir de uma votação no Congresso.
De acordo com Hector Daer, secretário geral da Confederação Geral do Trabalho, a greve prevista para janeiro pretende pressionar e mobilizar o apoio de deputados e senadores que estejam alinhados com a crítica às medidas. Para o líder sindical, se o congresso agir como quer o presidente, o executivo vai controlar todos os poderes públicos durante todo o mandato de quatro anos.
O decreto de necessidade e urgência modifica ou revoga quase 400 leis. Já o “decretaço” quer promover uma mudança profunda na gestão argentina, com desregulamentações e retirada da interferência do estado na economia.
Desde a posse de Milei, em 10 de dezembro, já foram registradas três grandes manifestações contra o presidente. Na quarta-feira (27), o protesto ocorreu em frente à Corte Suprema, em Buenos Aires.