O primeiro-ministro da Palestina, Mohammad Shtayyeh, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (26). A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa, onde informou que apresentou seu pedido de demissão ao presidente Mahmoud Abbas. 

Ao anunciar a sua demissão, Shtayyeh disse que se sentiu levado a renunciar devido à “escalada sem precedentes” na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém, e à “guerra, genocídio e fome na Faixa de Gaza”.

Mohammad Shtayyeh observou que há “esforços para tornar a Autoridade Nacional Palestina uma autoridade administrativa e de segurança sem influência política, e a AP continuará lutando para incorporar o Estado nas terras da Palestina, apesar da ocupação”.

“Vejo que a próxima fase e os seus desafios exigem novos acordos governamentais e políticos que tenham em conta a nova realidade em Gaza e a necessidade de um consenso palestiniano-palestiniano baseado na unidade palestiniana”, pontuou. Mohammad Shtayyeh ocupava o cargo de premiê desde 2019. 

A Autoridade Nacional Palestina, formada há 30 anos ao abrigo dos acordos de paz provisórios de Oslo, exerce uma governação limitada sobre partes da Cisjordânia ocupada, mas perdeu o poder em Gaza após uma luta com o Hamas em 2007.

Israel prometeu destruir o Hamas e diz que, por razões de segurança, não aceitará o domínio da Autoridade Palestina sobre Gaza após a guerra, que eclodiu após um ataque liderado pelo Hamas ao sul israelense em 7 de outubro, que matou cerca de 1,2 mil israelenses e estrangeiros, de acordo com registros israelenses.