Juiz cita "indícios de morte violenta" e decreta prisão preventiva de cônsul

Alemão Uwe Herbert Hahn é suspeito de envolvimento na morte do marido, o belga Walter Henri Maximillen Biot

Por Yasmin Bachour

A prisão em flagrante do cônsul alemão Uwe Herbert Hahn, suspeito de envolvimento na morte do marido, o belga Walter Henri Maximillen Biot, foi convertida em preventiva (por tempo indeterminado). A decisão foi tomada pelo juiz Rafael de Almeida Rezende durante audiência de custódia no presídio de Benfica, no Rio de Janeiro.

Segundo o magistrado, o laudo pericial realizado no corpo da vítima "atestou a existência de indícios de lesões decorrentes de ação contundente", ou seja, indícios de "morte violenta".

A Polícia Civil segue periciando o local da morte e ouvindo testemunhas para entender as circunstâncias do crime. 

Como foi o crime

Na noite de sexta (5), serviços de emergência foram chamados para socorrer Walter Henri Maximillen Biot, de 52 anos, que, segundo o marido, havia sofrido um mal súbito, caído e batido a cabeça. Os médicos encontraram a vítima com parada cardiorrespiratória e várias lesões. O corpo foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML) para perícia. 

Uwe Herbert Hahn, 60 anos, foi preso no sábado (6) pela 14ª Delegacia Policial (DP) do Leblon por suspeita de envolvimento na morte. 

Hahn e Biot viviam juntos há 23 anos e moravam, atualmente, em uma cobertura no bairro de Ipanema, zona sul carioca.

O que diz a delegada

A delegada Camila Lourenço, da 14ª Delegacia Policial (DP) do Leblon, está convicta que o cônsul alemão matou o marido. “Com certeza. Eu costumo dizer que o laudo pericial do cadáver também fala. Ele grita as circunstâncias da sua morte”, disse à Agência Brasil. 

O laudo pericial constatou diversas lesões por todo o corpo de Walter, decorrentes de ações contundentes, compatíveis com espancamento, com pisadura, com emprego de instrumento cilíndrico, lesões na região anal, no rosto e na cabeça. Em princípio, o que determinou a causa da morte foi o traumatismo encefálico na região próxima da nuca.

Segundo a delegada, as conclusões da necropsia e do laudo pericial estão na contramão da versão do cônsul, que alega inocência. “A versão dele é muito frágil, é fantasiosa, é repleta de lacunas. Então, de forma muito segura, eu concluí pela existência de um homicídio.”

Camila Lourenço ainda assegurou que Hahn agiu sozinho e explicou que foram encontradas muitas cartelas de medicamento ansiolíticos no apartamento, o que sinalizava consumo em abundância e indicava que a vítima estava dopada, “o que tirou a possibilidade de qualquer resistência”.

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