As caixas pretas do avião que caiu na China com 132 pessoas a bordo podem ajudar a entender o que causou o acidente no sul do país. Não há sinais de sobreviventes.
Os equipamentos funcionam como gravadores de dados do voo e de voz na cabine. O especialista em aeronave e segurança de voo Luiz Magalhães explicou na BandNews FM que, quando se perde o motor ou um meio de sustentação que não seja crítico, o avião pode planar.
Por isso, chama a atenção a queda repentina e abrupta, registrada em um vídeo. Segundo Luiz Magalhães, apesar de ainda não ser possível cravar o que motivou o acidente, uma falha estrutural está entre as hipóteses mais prováveis.
Ele também não descarta alguma colisão, mas reforça que, até agora, não há nada que indique isso. Luiz Magalhães lembra que o Boeing 737-800 é um modelo muito seguro e que chama muito a atenção o fato de a aeronave ter caído de forma tão vertical.
O site FlightRadar24, que monitora os voos de todo o mundo em tempo real, registrou a queda abrupta do Boeing 737-800. O voo, de acordo a plataforma, estava a uma altitude de aproximadamente 8.870 metros. Depois de dois minutos e quinze segundos, a altitude caiu para 2.766 metros.
Bombeiros passaram o dia todo buscando por sobreviventes e recolhendo peças da fuselagem. O voo MU-5735, da China Eastern Airlines, fazia o trajeto entre Kunming e Guangzhou, no sul da China. A queda do avião ocorreu às 14h30, no horário local, e a área atingida em Guangxi fica próximo da fronteira com o Vietnã e é de difícil acesso.
O Boeing 737-800 transportava 132 pessoas, todos chineses, incluindo a tripulação. A aeronave pertencia a uma frota chamada Próxima Geração, que começou a voar em 1997. O histórico de acidentes fatais é muito baixo: foram 11, em mais de 7 mil aviões entregues.
Em Guangzhou onde o voo deveria ter pousado, parentes dos passageiros buscaram informações. A Boeing e a China Eastern Airlines informaram que já iniciaram as investigações para descobrir o que causou o acidente.
A empresa ainda decidiu suspender todos os voos com o modelo 737-800, alegando razões de segurança. Vale lembrar que as companhias aéreas chinesas seguem proibidas de usar o Boeing 737-MAX, sucessor do 737-800, após dois acidentes entre 2018 e 2019, na Indonésia e na Etiópia.