O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro vai passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (23) em São Paulo. O advogado de defesa ainda tenta habeas corpus. Ribeiro está detido na sede da Polícia Federal na capital paulista. A audiência vai ser feita por videoconferência com a PF de Brasília.
Milton Ribeiro foi preso na manhã desta última quarta-feira (22) em sua casa em Santos (SP). Ele é investigado por repasses irregulares do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada à pasta que comandava.
A PF deflagrou uma operação contra o favorecimento de municípios que negociavam verbas diretamente com dois pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura Correia. Em áudios divulgados em março, o então ministro dizia que a “priorização” de determinadas prefeituras seria um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O mandado de prisão preventiva aponta prática de tráfico de influência, corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa. Documentos apreendidos destacam ação criminosa na liberação de verbas públicas.
O presidente Jair Bolsonaro disse que o ex-ministro deve “responder pelos atos dele”. Em entrevista à Radio Itatiaia, o chefe do Executivo disse que tinha recebido a notícia envolvendo Ribeiro, mas não tinha detalhes.
O presidente ainda afirmou: “Nós afastamos ele, se tem prisão, a Polícia Federal está agindo, é um sinal de que não interfiro”, e declarou que em seu governo “se for enganado por alguém, não vai conseguir. Corrupção zero”.
MEC no governo Bolsonaro
Em quase três anos e meio de gestão do atual governo, o MEC teve cinco ministros: Ricardo Vélez Rodríguez, Abraham Weintraub, Carlos Decotelli (que foi nomeado mas não chegou a assumir), Milton Ribeiro e Victor Godoy.
O MEC foi arena de disputa de domínio entre as alas de apoiadores do governo Bolsonaro formadas por seguidores do filósofo Olavo de Carvalho, militares e políticos do Centrão, respectivamente.
No atual governo, o MEC teve queda na aplicação de recursos, de pelo menos 13%, embora a arrecadação da Receita Federal esteja em alta constante.