O presidente Jair Bolsonaro deixou o Hospital Vila Nova Star na manhã deste domingo (18) em São Paulo, após tratamento da obstrução intestinal. Ele estava internado desde a última quarta-feira (14). Sem máscara ele parou para falar com a imprensa.
“Comecei a passar mal depois de uma cirurgia de implante e obviamente a origem disso é complicado descobrir o que é. Alguns dias depois agravou a crise de soluço e parecia que estava pegando fogo o estômago. A causa disso era uma obstrução intestinal porque a aderência é comum para quem já sofreu cirurgias como eu sofri por causa da facada”, explicou.
Bolsonaro afirmou que após atendimento médico em Brasília foi encaminhado para São Paulo com 90% de chance de fazer uma cirurgia, mas que foi descartada. “Tive que me submeter a uma dieta, fiz o que tinha o que fazer, quis ir embora desde o primeiro dia e espero daqui 10 dias estar comendo um churrasquinho de costela. A luta continua e temos muita coisa para resolver. Estou ciente da minha responsabilidade e da dificuldade de administrar um país com tantos problemas como encontramos em janeiro de 2019”, disse.
Ao ser questionado quando voltaria a trabalhar ele disse que não deixou em nenhum momento de conversar com os ministros e que já nesta segunda-feira (19) deve falar com Marcelo Queiroga, Ministro da Saúde, sobre o combate a pandemia de Covid-19. Disse sobre a possibilidade de um estudo com a proxilatamida.
CPI
“É todo dia uma narrativa. Se eu conversar com uma pessoa passa a ser gabinete paralelo, como se eu não tivesse autoridade. Tem que buscar solução e não buscar o inferno. Querem derrubar o governo? Só Deus me tira daquela cadeira. Se aparecer corrupção no meu governo vou ser o primeiro a buscar maneira de apurar e deixar na mão da Justiça para que seja punido o responsável. Estamos há dois anos e meio sem corrupção. Parece que alguns estão com saudades”, disse.
Voto impresso e eleições 2022
“Não entendo o porquê não querem o voto auditável. Será que o voto eletrônico é usado no mundo todo e tão confiável assim? Nós queremos transparência nas eleições”, disse aos jornalistas. “Por que a chave criptográfica fica na mão de meia dúzia?”, questionou.
“No começo eu confiei na urna eletrônica, mas a tecnologia evolui. Já que é tão confiável assim por que o Japão, a Coréia do Sul, o Reino Unido, os Estados Unidos e os outros países não usam o mesmo método? O Paraguai está usando a urna eletrônica com voto impresso do lado. É o que nós queremos”, disse. Bolsonaro ainda afirmou que a apuração deve ser pública. “O TSE não é uma instituição que tem poderes absolutos não”, falou.
Quem ganhar, quem os números apontarem em 2022, todo mundo fica tranquilo, sem problema nenhum", afirmou.
Reunião com os Três Poderes
O encontro entre os chefes dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, que estava agendado para o dia que ele foi hospitalizado e tinha sido cancelado foi confirmado pelo presidente. “Não tem nada de anormal essas reuniões nossas. Nós vamos acertando para o bem do Brasil. Da minha parte não tem briga. Sou de paz e amor. Respeito a Constituição”, disse.
Reunião de Pazuello
Ao ser questionado sobre a reunião em que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello teria supostamente negociado compra de doses da CoronaVac com intermediários o presidente falou que "muitas pessoas foram recebidas no Ministério".
“Se fosse algo secreto ou negociar algo superfaturado ele estaria dando uma entrevista ou estaria escondidinho no porão do Ministério? É só analisar isso aí”, afirmou. Bolsonaro ressaltou que não tem como haver fraudes no governo. “Não tem um centavo nosso despendido com essas pessoas que foram lá vender vacina. Brasília é o paraíso dos lobistas e dos espertalhões", disse.
“Agradeço a imprensa que tem um trabalho investigativo colaborar. Onde estiver problema nós vamos atrás. Olha o que nós já fizemos pelo Brasil. As vacinas já estão aí”, falou. Bolsonaro ainda destacou que quando as doses das vacinas estiveram disponíveis no mercado internacional para compra o governo foi atrás. “Depois que todos vacinarem vai chegar minha vez”, disse.
Cuba
“Vocês já perguntaram para o Lula o que está acontecendo em Cuba? Se ele apoia ou não? Eu espero que o povo de Cuba ser libertado. Não existe mais sagrado na nossa vida que a liberdade”, falou.
Outros assuntos
Ao responder sobre se vai despachar do Palácio do Alvorada, Bolsonaro comentou sobre alta nos preços dos combustíveis. Ele antes de finalizar ainda falou sobre a votação de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Internação
Na madrugada de quinta-feira (14), Bolsonaro se queixou de fortes dores abdominais. Horas depois, pela manhã, ele passou por exames no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, que constataram uma obstrução intestinal.
No mesmo dia, ele foi transferido a São Paulo. Levado ao hospital Vila Nova Star, passou por novas avaliações, que descartaram a necessidade de uma cirurgia.
Durante o período de internação, Bolsonaro posou para fotos com outros pacientes e até inaugurou, de forma remota, uma agência da Caixa Econômica Federal na cidade de Missão Velha, no Ceará.
De acordo com a nota divulgada pela Secom neste domingo (18) ele vai continuar com acompanhamento ambulatorial com uma equipe médica assistente.
Nota da Secretaria Especial de Comunicação Social:
O Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, teve alta hoje do Hospital Vila Nova Star, da Rede D’Or. Ele estava internado desde a quarta-feira, 14 de julho, para tratar um quadro de suboclusão intestinal. Ele seguirá com acompanhamento ambulatorial pela equipe médica assistente.
Direção médica responsável:
Dr. Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo – Cirurgião-chefe
Dr. Ricardo Camarinha - Cardiologista do Presidente
Dr. Leandro Echenique - Clínico e Cardiologista
Dr. Antonio Antonietto – Diretor médico do Hospital Vila Nova Star
Dr. Pedro Henrique Loretti - Diretor Geral do Hospital Vila Nova Star