Durante entrevista exclusiva ao BandNews TV, o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União Brasil), comentou a prisão do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.
Silvinei foi preso na manhã desta quarta-feira (9) em Florianópolis, Santa Catarina. A ordem partiu do Supremo Tribunal Federal (STF) na ação que investiga interferências na eleição de 2022.
“Veio a público a decisão do ministro Alexandre de Moraes e isso, obviamente, trará novos elementos, com base nesse inquérito e com essa diligência que foi cumprida pelo Supremo. O STF, claro, está muito à frente dos trabalhos de investigação, talvez já tenha alguns elementos novos que tenham sido adicionados ao inquérito e que trazem, realmente, motivações para que tenha sido dada essa ordem de prisão que foi expedida”, pontuou o presidente da CPMI.
Segundo ele, uma série de parlamentares questionaram o que Silvinei Vasques havia dito na comissão, afirmando, com base documental, que o ex-diretor da PRF havia entrado em contradição diversas vezes durante o depoimento à CPMI.
“Então, essas contradições já indicavam que havia uma resposta muito contraditória em relação a tudo aquilo que ele colocou e apresentou como justificativa dos seus atos no que diz respeito ao que aconteceu no dia 8 de janeiro”, disse Arthur Maia ao BandNews TV.
Ao ser questionado sobre uma ordem de prisão durante o depoimento, Arthur Maia informou que Silvinei Vasques apresentou dados diferentes durante a oitiva na CPMI, porém os parlamentares só observaram o que o ex-diretor da PRF falou na comissão quando chegaram novos documentos e fizeram a comparação. “Ficou evidenciado que ele havia cometido esse crime de faltar com a verdade na CPMI”, afirmou.
“Eu prefiro que as ordens de prisão sejam dadas pelo Poder Judiciário, agora, se houver uma evidente demonstração que o depoente está mentindo, nós procederemos dessa maneira”, declarou o deputado.
“De qualquer maneira, ele não deixará de responder o processo por essa atitude porque esse é um crime previsto, independente se ele foi preso em flagrante naquele momento, ele vai ter que responder por esse crime, uma vez comprovada a sua falta de veracidade das afirmações”, destacou.
Acareação com Anderson Torres
A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), quer uma acareação entre o ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, e o superintendente da Polícia Rodoviária Federal da Bahia, Leandro Almada, para esclarecer um encontro que ocorreu cinco dias antes do segundo turno da eleição presidencial de 2022.
Arthur Maia informou à BandNews TV que, se tiver requerimento de acareação entre Anderson Torres e Silvinei, a CPMI também deverá votar e fazer a oitiva.