O prejuízo para a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) com a perda de água captada é de R$ 1,2 bilhão por ano. O déficit é causado pela diferença de 35% entre o volume de água captado pela companhia no Sistema Guandu e aquele que efetivamente traz faturamento para a Cedae.
O prejuízo foi calculado pelo consultor ambiental Luiz Renato Vergara, com base em dados do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento).
As perdas se dão por três motivos principais: vazamento de água, por causa de tubulações antigas e sem manutenção; pela falta da instalação de hidrômetros pelo poder público em imóveis de regiões vulneráveis; e pelos chamados "gatos", ligações de água irregulares feitas por moradores.
O local com maior perda é a região delimitada no bloco 4 de divisão para a concessão dos serviços da Cedae. O bloco engloba o centro e bairros da zona norte da capital e oito municípios da Baixada Fluminense.
Um dos principais desafios das novas concessionárias é justamente diminuir a perda de água. Para Vergara, é necessário que as empresas encontrem uma maneira de cobrar pela água, mas de forma justa.
De acordo com o edital de concessão da Cedae, a diminuição do índice de perda na distribuição de água potável deve ser de 25% em 10 anos. Mas, de acordo com o Instituto Trata Brasil, os resultados dos investimentos só vão ser sentidos daqui a cerca de três anos.
O investimento mínimo nas favelas deve ser de R$ 1,86 bilhão. Já a tarifa cobrada dos usuários não pode ter aumentos além dos reajustes da inflação.
Procuradas pela reportagem da BandNews FM, a Cedae e a Aegea, concessionária que arrematou o bloco 4, ainda não se pronunciaram.
