A falta de vacina e a demora na aplicação estão entre as principais reclamações de prefeitos e governadores contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Em uma nota dura, a Frente Nacional dos Prefeitos afirmou que o governo federal não soube lidar com a pandemia e exige respostas diante da falta de vacinas. Já a Confederação Nacional dos Municípios também cobrou o ministério da Saúde e pediu a demissão de Pazuello. As informações são do Jornal da Band.
“Agora, nós estamos nos deparando com a escassez da vacina. Aí, não adianta, quem tem que resolver esse problema é o ministério da Saúde, é o governo federal”, explicou Jonas Donizette, presidente da Frente Nacional de Prefeitos.
Cidades da região metropolitana de Porto Alegre e o Rio de Janeiro, por exemplo, já anunciaram a interrupção da imunização por falta de doses.
Até agora, quase 10 milhões de unidades da CoronaVac foram entregues ao plano nacional de imunização (PNI). Segundo o Butantan, mais de 17 milhões de doses estão em fase final de produção e serão distribuídas a partir da semana que vem. O instituto ainda não pediu o registro final à Anvisa, que liberou o uso emergencial. Nesta terça-feira (16), o ministério confirmou a assinatura de acordo para a compra de mais 54 milhões de doses da vacina chinesa.
Já a vacina da Astrazeneca/Oxford, produzida na Fiocruz, ainda está em estágio inicial no Brasil.
São 2 milhões de vacinas entregues e mais 2,8 milhões sendo produzidas, com prazo de entrega previsto para depois de 15 de março. A fundação ainda negocia comprar da farmacêutica mais 2 milhões de doses prontas para reforçar o SUS no curto prazo. A Anvisa já analisa o pedido de registro definitivo da vacina.
Pelo Covax, consórcio da Organização Mundial da Saúde, a previsão é que 1,6 milhões de doses da vacina de Oxford cheguem até março.
Até agora, cerca de 5,5 milhões de brasileiros foram vacinados. A segunda dose foi aplicada em pouco mais de 300 mil pessoas. No ritmo atual, vai demorar mais 3 anos para que a população do país seja imunizada.
A demora na vacinação é a principal queixa que governadores vão apresentar ao ministro da Saúde em reunião prevista para esta quarta-feira (17). Pazuello vai dizer que o governo acaba de assinar a compra de 54 milhões de doses da CoronaVac e está prestes a fechar mais 2 contratos: com a russa Sputnik V e a indiana Covaxin, o que pode acelerar o ritmo da aplicação.
Porém, a Anvisa recebeu menos de 2% da documentação exigida para liberar o imunizante russo e 13% para o indiano. O da Pfizer, aplicado em massa nos Estados Unidos e Europa, tem no Brasil 33% do pedido de registro definitivo concluído, mas a negociação de venda para o governo está parada.