O maior interesse de Israel com os bombardeios no Líbano, que deixaram mais de 274 mortos e centenas de feridos, seria enfraquecer o seu principal adversário da região: o Hezbollah. A afirmação é do professor de Relações Internacionais da faculdade Rio Branco Sidney Leite em entrevista ao Band.com.br.
O especialista destacou que a região sul libanesa é fronteira com o norte de Israel, localização onde atua o braço armado do Hezbollah. As regiões envolvem as cidades Haifa, em Israel, e Beirute, no Líbano.
“O suposto interesse de Israel é enfraquecer aquele que é o seu principal adversário. O Hezbollah é uma ameaça para o estado de Israel e é exatamente na fronteira, onde atua o braço armado do Hezbollah, que periodicamente faze ações contra o território israelense”, explicou.
Para o professor, se o Irã, aliado de Hezbollah, entrasse no conflito, haveria a possibilidade de aumento na escala da tensão.
"É provável, se isso acontecer, que teremos um movimento maior no jogo de tensões e conflitos que tem se caracterizado naquela região”, completou.
Contexto histórico
As tensões entre os estados existem desde 1982, quando os israelenses invadiram o território libanês para enfrentar os grupos opositores aos cristãos maronitas, que tinham como objetivo implantar um estado muçulmano vizinho de Israel.
Com isso, Israel passou a atuar a favor dos cristãos e com o intuito de enfraquecer as bases da Organização para a Libertação Palestina, que estavam sediadas no Líbano. Segundo o professor, ocorreu um “massacre feito pelos cristãos maronitas, com conveniência do exército israelense, agravando os conflitos na região”.
Esse conflito nunca deixou de existir. Desde 1982, o estado de tensão é permanente, aumentando a escala de outubro de 2023 até então, em função da ação do Hamas em Israel e do contra-ataque israelense.
A tensão aumentou nos últimos dias, em especial, por conta da explosão de pagers em território Libanês. Os dispositivos atingiram alvos do Hezbollah, mas também da população civil.