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Por que ciclones no Rio Grande do Sul são recorrentes?

Região sul do Brasil é propícia para a formação de ciclones por ter um gradiente de temperaturas do oceano

Emanuele Braga

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A passagem de um ciclone no Rio Grande do Sul danificou e destruiu mais de 8 mil casas, além de deixar dezenas de mortos e feridos. Só em 2023, o estado registrou, mais de uma vez, a passagem desse fenômeno. Mas como ele se forma e quais fatores influenciam para que ele permaneça nesta região? 

Ana Clara, meteorologista do Climatempo, explicou que os ciclones surgem para balancear o clima global. 

“A região equatorial e tropical recebem mais calor em comparação a região polar. Então, os ciclones e as frentes frias surgem para conseguir misturar o ar quente com o ar frio e tentar chegar a um equilíbrio térmico”, explicou. 

A especialista afirmou que a região sul do Brasil é propícia para a formação de ciclones por ter um gradiente de temperaturas do oceano. A corrente quente, que sai do nordeste brasileiro, chega até o Rio Grande do Sul e se encontra com a corrente marítima fria, que sobe da Argentina e Uruguai, também em direção ao estado gaúcho.

“Esse gradiente de temperatura acaba gerando uma região mais favorável à ocorrência de ciclones. Além disso, nesse ano, a circulação mais quente e úmida do ar vindo da Amazônia chegou até a região sul do Brasil com muito mais força, levando ao escoamento de umidade. Então, houve uma convergência de fatores”, disse. 

O ciclone influencia as temperaturas em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, mas a meteorologista afirma a tendência é que o fenômeno se desloque em direção ao oceano e não subam para o sudeste do país.

"A gente teve um ciclone em julho que se aproximou muito da região de São Paulo, mas não chegou a adentrar. Mas os ciclones que surgiram no sul do Brasil, que são ciclones extratropicais, não costumam fazer esse tipo de trajetória”, completou.

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