Por que a Groenlândia virou alvo de Donald Trump? Entenda ambição polêmica do político

Posição geopolítica, questões econômicas e até de exploração de minérios geram interesse do republicano, que irá assumir presidência em 20 de janeiro

Da redação

Donald Trump falou sobre comprar a Groenlândia
REUTERS/Carlos Barria

Próximo de assumir o segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump tem feito declarações polêmicas sobre a possibilidade de anexar a Groenlândia, o Canadá e retomar o poder do Canal do Panamá. Na última coletiva de imprensa do republicano, que irá tomar posse em 20 de janeiro, ele afirmou não descartar usar aparato militar para tomar o território autônomo no Ártico, que é parte da Dinamarca. 

Na terça-feira (7), o filho dele, Donald Trump Jr., desembarcou na ilha que o pai também deseja comprar. Ele descreveu a viagem como um momento de diversão, mas o passeio teria alimentado especulações sobre os planos de Donald Trump para o território, que diz ser uma "necessidade absoluta" e essencial para "a segurança econômica" dos Estados Unidos. 

Mas por quais razões Donald Trump gostaria de transformar a Groenlândia em mais um território dos Estados Unidos? A Groenlândia, para Trump, teria grande valor econômico. 

Com muitos recursos naturais, como hidrocarbonetos, petróleo, gás e metais de terras raras, usados em carros elétricos e equipamentos militares, o território se torna interessante para o futuro presidente dos Estados Unidos. 

Com o derretimento do Ártico, o acesso a esses minerais e a rotas de navegação na região da Rota do Mar Norte, dominada pela Rússia, ficariam mais fáceis. Nos últimos anos, a navegação aumentou 37%, segundo o Arctic Council. 

A Groenlândia pode ser vendida? Se depender da Dinamarca e da ilha, não

Desde o primeiro mandato na Casa Branca, o republicano fala da ideia de comprar a Groenlândia. Em agosto de 2019, ele afirmou que não foi o primeiro líder a sugerir isso. 

À época, Trump afirmou que debatia a possibilidade de comprar a Groenlândia e que iria discutir o assunto com a Dinamarca, que não aceitou bem a proposta e disse que o território não está à venda. Quase seis anos depois, a posição não mudou e o brasão da Casa Real Dinamarquesa até mudou para exibir o território com mais destaque. 

Em pronunciamento na televisão TV2, da Dinamarca, Mette Frederiksen, primeira-ministra do país, disse que é importante entender que há esse interesse e que os Estados Unidos são os aliados mais próximos de Copenhague, mas descartou a venda. 

"A Groenlândia pertence aos groenlandeses", disse. Ela afirmou também que é preciso cooperação entre nações e que, qualquer negociação deve ser feita com respeito à população do território. 

No final de dezembro deste ano, o primeiro-ministro da Groenlândia comentou as declarações de Trump. "Não estamos à venda e nunca estaremos à venda. Não devemos perder nossa luta de anos pela liberdade”, escreveu Múte Egede. 

Também na declaração, ele afirmou que a Groenlândia pertence ao povo da Groenlândia. "Nosso futuro e a luta pela independência são nossos negócios", afirmou. 

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.