Moradores de diferentes bairros da cidade de São Paulo têm relatado cortes no fornecimento de água durante a noite e a madrugada.
Na casa de Getúlio Mendonça, no Jardim Germânia, zona sul da capital paulista, o abastecimento vem sendo prejudicado em meio à crise hídrica. Pela manhã, a situação é normalizada.
“Antes era depois das 22h. Agora, a partir de 19h30, 20h”, contou ele, que relata que o fluxo volta ao normal “entre 5h e 6h”.
“A gente tem uma caixa de emergência, na parte (da casa) que ainda está em construção, mas é muito precária para estar tomando banho lá. A gente procura evitar. Só em extrema necessidade mesmo”, acrescentou.
A situação é mais grave durante a pandemia do novo coronavírus, que exige cuidados especiais com a higiene.
A falta de fluxo é resultado da chamada gestão da pressão da água, realizada pela Sabesp para minimizar a perda no abastecimento. Sem força, a água não chega ao encanamento de diversas casas em determinados horários.
Ao Bora SP, o superintendente da Sabesp, Roberval Tavares de Souza, explicou que a redução noturna da pressão ocorre desde 1996. Problemas fora do horário, segundo ele, seriam pontuais, decorrentes de questões envolvendo manutenção.
“Isso acontece para que a gente possa preservar as tubulações de água, preservar os mananciais e aumentar nossa segurança hídrica. O conceito é o mesmo que utilizamos no transporte. Nos reduzimos a pressão porque não há demanda pelo consumo de água – assim como não há metrô à noite, não há trem à noite, porque não há passageiros suficientes”, diz Roberval.