Políticos do ES estão entre alvos de operação contra atos antidemocráticos

Mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF

Da Redação, com BandNews FM Vitória

Assembleia Legislativa do Espírito Santo foi alvo de operação da PF na manhã desta quinta   Lucas Albani / Ales
Assembleia Legislativa do Espírito Santo foi alvo de operação da PF na manhã desta quinta
Lucas Albani / Ales

Os deputados estaduais do Espírito Santo Capitão Assumção (PL) e Carlos Von Schilgen (DC) e o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos) estão entre os alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), contra atos antidemocráticos.

A operação, segundo a PF (Polícia Federal) no Distrito Federal, cumpre 81 mandados de busca e apreensão em sete Estados e no DF, mais 27 no Espírito Santo, segundo a PF local. 

A operação ocorre nos seguintes Estados: Acre (9 mandados), Amazonas (2), Espírito Santo (23 de busca e 4 de prisão preventiva), Mato Grosso (20), Mato Grosso do Sul (17), Paraná (16), Rondônia (1) e Santa Catarina (15), além do Distrito Federal (1).

No Espírito Santo, a PF local afirma que no total, no Estado, são quatro mandados de prisão e 23 de busca e apreensão.

De acordo com a PF-ES, as medidas foram cumpridas nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim e também foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes. 

A nota menciona que a ação corresponde aos “autos do Inquérito 4.781/DF, em atendimento à representação da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Espírito Santo (PGJ/ES)”.

A reportagem tenta contato com os políticos citados. O deputado estadual Capitão Assumção (PL-ES) confirmou que sua casa foi alvo da operação.  

Bloqueios em rodovias

Em 7 de dezembro, Moraes mandou multar em R$ 100 mil proprietários dos caminhões identificados pelas autoridades de Mato Grosso que estariam envolvidos em atos que bloqueavam rodovias. 

O ministro também tornou esses veículos indisponíveis — ou seja, proibiu a sua circulação e bloqueou seus documentos. A decisão ocorreu após ele ter determinado a adoção de providências para o desbloqueio de rodovias e espaços públicos no Estado.

Em novembro, o ministro também mandou bloquear contas bancárias ligadas a 43 pessoas e empresas suspeitas de envolvimento com os atos antidemocráticos que questionam o resultado das eleições.

Escalada 

A operação desta quinta-feira (15) acontece três dias após apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentarem invadir a sede da Polícia Federal em Brasília, além de atearem fogo a carros e ônibus na capital federal.

A do pastor indígena José Acácio Serere Xavante, sob suspeita de crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, foi argumento para o início dos atos de vandalismo. A prisão de José Acácio foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República. Ele já havia sido preso duas vezes e condenado por tráfico de drogas. 

De acordo com a Polícia Federal, José Acácio Serere Xavante teria realizado atos antidemocráticos em frente ao Congresso, no Aeroporto de Brasília, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão o presidente e o vice-presidente da República eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).

Após os atos considerados democráticos se espalharem pelo País com a derrota de Bolsonaro nas urnas, o Supremo determinou o desbloqueio de rodovias que foram tomadas pelos apoiadores do presidente.

Além disso, a Corte máxima impôs multa aos veículos identificados como participantes dos atos, e ainda determinou que as Polícias e Ministério Público investiguem supostos líderes e financiadores das ações.

As ações levaram à abertura, no Supremo, de uma apuração “em razão da ocorrência, após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022 pelo Tribunal Superior Eleitoral, de diversos atos antidemocráticos, nos quais grupos de caminhoneiros, insatisfeitos com o resultado do pleito, passaram a bloquear o tráfego em diversas rodovias do país, em modus operandi semelhante ao verificado nos Feriados da Independência de 2021 e 2022”.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Carregar mais