A Polícia Federal está nas ruas de São Paulo nesta terça-feira (06) para cumprir 18 mandados de prisão preventiva e 2 de busca e apreensão na Operação Airline.
Os agentes visam desarticular uma quadrilha de traficantes de drogas que atua no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Entre os presos estão um PM e um policial civil.
As investigações começaram em dezembro e o bando atua também no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
A operação teve participação de policiais federais, e equipes do BAEP (Batalhões da Polícia Militar do Estado de São Paulo) e da Corregedoria das polícias Militar e Civil do Estado de São Paulo. Esta é a terceira fase da Airline, que é um desdobramento da Operação Overload.
Nota Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou hoje (6/7) a Operação Airline, para prender investigados envolvidos em crimes de tráfico internacional de drogas praticados a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos. Nesta data estão sendo cumpridos 18 mandados de prisão preventiva e 2 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Campinas.
Além de 40 policiais federais, participam da operação 5 equipes do BAEP e Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo e uma equipe da Corregedoria da Polícia Civil do Estado de São Paulo, em razão de entre os presos haver um policial militar e um policial civil.
A investigação teve início a partir da análise de documentos e informações de inteligência policial obtidos durante a Operação Overload (deflagrada em 6.10.2020) e tem por objetivo desarticular definitivamente a organização criminosa com a prisão dos envolvidos.
A atual fase de investigação, após conclusão de mais de 60 exames periciais, 45 relatórios de análises de informações contidas em dispositivos e documentos apreendidos, compreendendo quase 10.000 páginas de instrução, permitiu à Polícia Federal concluir pela existência de um corpo probatório robusto da prática de crimes de tráfico internacional de drogas. Na análise, inclui uso do Aeroporto Internacional de Guarulhos (suspeita-se de mais de meia tonelada de drogas remetidas para a Europa), falsificação de documentos (etiquetas de passageiros, de cargas, aquisição fraudulenta de diplomas de ensino superior), extorsão, extorsão mediante sequestro, corrupção ativa e passiva.
Esse é o terceiro desdobramento da Operação Overload. O primeiro desdobramento se deu em 3.12.2020 (Operação AKE); o segundo se deu em 10.2.2021 (Operação Lavaggio).
Da Operação Overload: Durante as investigações da Operação Overload constatou-se a existência de uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas operando a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos, envolvendo empregados de empresas terceirizadas, de companhia aérea, integrantes das Forças de Segurança Pública e estrangeiros em solo europeu.
Na Operação Overload, 32 pessoas foram presas temporariamente, por 30 dias, e foram apreendidos veículos e dinheiro no valor aproximado de 3 milhões reais. Ao final do prazo de 30 dias, o pedido de prorrogação do prazo da prisão temporária apresentado pela Polícia Federal não foi acolhido pela Justiça e os presos foram postos em liberdade.
A partir de então a Polícia Federal passou a dedicar-se exaustivamente a analisar os documentos e dispositivos apreendidos e representar sistematicamente pela prisão preventiva de todos os envolvidos.
Da operação AKE: Em 3.12.2020, no primeiro desdobramento da operação Overload, a Polícia Federal deu cumprimento a sete mandados de prisão preventiva expedidos contra os investigados que compunham parte da organização criminosa, estando estes presos até a presente data.
Da operação Lavaggio: Em 10.2.2021, segundo desdobramento, durante as apurações da Operação Lavaggio, a Polícia Federal identificou na análise de material apreendido, ao menos, 20 atos de lavagem relacionadas a um dos principais investigados, contabilizando alienações de veículos e compras de imóveis (apartamentos, casas, chácaras), o que foi feito envolvendo familiares do investigado cujas rendas eram incompatíveis com as transações, além de terceiros e pessoas jurídicas.
Na oportunidade, foram cumpridos 6 mandados de busca e apreensão e 7 ordens judiciais de bloqueio de imóveis (Campinas e Monte Mor), cujo valor aproximado ultrapassou 3 milhões de reais.
Da operação Airline
Nesta terceira fase da operação, a Polícia Federal mantém seu processo sistemático e contínuo adotado de prisão e descapitalização de organizações criminosas voltadas ao tráfico de drogas, com o principal objetivo de evitar a retroalimentação das atividades ilícitas.
O nome da Operação Airline vem da então estrutura montada pela organização criminosa para manter uma logística permanente de tráfico de drogas por via área internacional.