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Policiais riem de relato de Jefferson sobre tiros e granadas contra agentes

Enquanto negociava rendição, político detalhou resistência à prisão

Da Redação

Em vídeo, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) conversa com agentes da PF (Polícia Federal) e detalha como resistiu com tiros e granadas no domingo (23). O político faz graça ao tentar justificar o ataque contra agentes da PF e, em determinado momento, os policiais chegam a rir da versão contada pelo autor do crime.

“Ele três vezes ficou enquadrado no meu red dot (mira que auxilia o atirador). Mas eu falei: ‘Não atira nele, Roberto Jefferson’. E não atirei. Quando eles correram atrás da viatura, eu chutei a granada na frente”, relata no vídeo. O ex-presidenciável Padre Kelmon (PTB) também aparece nas imagens. A identidade dos outros interlocutores não foi confirmada. 

Roberto Jefferson resistiu à prisão e, de sua casa, fez os primeiros disparos — teriam sido arremessadas três granadas e dado diversos tiros de fuzil. Dois policiais foram feridos por estilhaços, sem gravidade.  

O delegado Marcelo Vilella, foi atingido na cabeça e na perna, e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira, de 31 anos, ferida na cabeça. Os dois foram atendidos em um hospital da região e já tiveram alta.

Agentes do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) foram ao local para negociar uma rendição, que só aconteceu após oito horas. 

Jefferson deve ser transferido nesta segunda-feira (24) para Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro. Na madrugada, o contraventor foi levado ao Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, cerca de 14 horas depois de receber voz de prisão da PF (Polícia Federal) e de reagir a tiros e granadas, na manhã de domingo (23).

O aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou policiais federais que foram a Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro, para cumprir um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Na chegada dos agentes da PF, por volta das 11h, Jefferson jogou três granadas e deu tiros de fuzil. Foram oito horas desrespeitando a ordem do STF até a rendição, às 19 horas.

Inicialmente, Moraes havia expedido um mandado de prisão contra Jefferson por ele ter violado medidas de prisão domiciliar. Depois, o ministro mandou prendê-lo em flagrante sob a acusação de tentativa de homicídio.

Após a prisão, Moraes parabenizou a PF no Twitter. "Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos."

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse: "Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio." 

A prisão de Roberto Jefferson foi determinada por Alexandre de Moraes, e não por Bolsonaro.

Bolsonaro também disse em uma live neste domingo que "não tem uma foto" com Roberto Jefferson, apesar de ter posado várias vezes com o aliado no Planalto.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal disse que "é totalmente inaceitável qualquer tipo de violência contra policiais federais".

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