Polícia investiga queima de arquivo no caso dos meninos desaparecidos em Belford Roxo

Um chefe do tráfico foi assassinado neste sábado (9), possivelmente para despistar as investigações sobre o sumiço das crianças

Clara Nery, BandNews FM Rio

Os meninos foram vistos pela última vez no dia 27 de dezembro de 2020 Reprodução/Internet
Os meninos foram vistos pela última vez no dia 27 de dezembro de 2020
Reprodução/Internet

A Polícia Civil acredita que traficantes do Morro do Castelar, em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, estão sendo mortos como queima de arquivo no caso dos três meninos desaparecidos. A corporação apura as circunstâncias de uma série de mortes de traficantes da favela, nos últimos meses.

A informação obtida em primeira mão pela BandNews FM Rio dá conta de que o chefe do tráfico da comunidade, José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como Piranha, foi morto pelo tribunal do crime neste sábado (9). Essa é a quinta morte de integrantes do grupo, possivelmente para despistar as investigações sobre o sumiço das crianças.

O objetivo das execuções seria evitar a confirmação de que a ordem para matar os três meninos teria vindo de chefes da facção do Comando Vermelho de dentro dos presídios.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a ordem para matar Piranha veio de um integrante da alta cúpula do Comando Vermelho preso em Catanduvas, no Paraná. O planejamento das mortes estaria a cargo de Wilton Carlos Rabelo Quintanilha, conhecido como Abelha, que saiu do Complexo de Gericinó beneficiado por um esquema de corrupção na Secretaria de Administração Penitenciária, em julho.

A primeira morte aconteceu em setembro. Willer da Silva, o Stala, foi executado com Complexo da Penha, na Zona Norte. Ele era o braço direito de Piranha.

Nesta semana, foram mortos outros integrantes da quadrilha do Morro do Castelar conhecidos como Tia Paula, Farol e Guil.

Segundo as investigações, os meninos Fernando Henrique, de 12 anos; Alexandre Silva, de 11; e Lucas Matheus, 9, foram mortos a mando do tráfico, após o roubo de passarinho que pertencia ao parente de um bandido.

Para a Polícia não há dúvidas de que as crianças foram mortas dentro da comunidade do Castelar. Os corpos teriam sido levados para um rio.

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