Polícia indicia Jairinho por agressões contra filha de uma ex-namorada

Vereador foi indiciado por tortura contra vítima, que era criança à época

Da Redação, com BandNews FM

Vereador foi indiciado por tortura contra vítima, que era criança à época Divulgação/CMRJ
Vereador foi indiciado por tortura contra vítima, que era criança à época
Divulgação/CMRJ

A Polícia Civil indiciou por tortura nesta sexta-feira (30) o vereador Dr. Jairinho (sem partido), do Rio de Janeiro, pelas agressões cometidas contra a filha de uma ex-namorada, com quem o político se relacionou há oito anos aproximadamente. As informações são de Yasmin Bachour, da Rádio BandNews FM, no Rio.

A investigação foi encerrada pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, e já foi enviada ao Ministério Público do RJ. A corporação também pediu que seja decretada a prisão preventiva do político, que já está preso pela morte do enteado, Henry Borel.

O inquérito finalizado pela DCAV reuniu prontuários médicos da época das agressões relatadas pela vítima, que foram analisados por peritos do IML. Os especialistas concluíram que as lesões foram sofridas pela menina, que na época tinha cerca de 4 anos de idade.

Além das provas documentais, os policiais também colheram o depoimento da vítima, que hoje é adolescente. Após a morte de Henry, ela resolveu contar sobre as agressões sofridas, e revelou que recebia socos e chutes no abdômen, e que Jairinho a afogava e sufocava. O vereador chegou a fraturar o braço da criança, e alegou que ela havia se machucado praticando esporte.

A família da menina desconfiou, e, na época, afastou Jairinho da criança, já que ela sempre vomitava quando ele chegava perto.

A DCAV finalizou o inquérito antes do prazo de 30 dias. O crime de tortura tem pena que varia de dois a oito anos de prisão, com aumento de 1/6 a 1/3, pois, na época, a vítima era criança.

A equipe da unidade ainda coordena outros dois procedimentos sigilosos para apurar crimes de tortura, e enviou à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática informações para a investigação do vazamento de uma foto da ex-namorada - mãe da menina que era agredida - nua.

Além de mãe e filha, que narram agressões sofridas há oito anos, pelo menos mais uma mulher denuncia o político. A estudante Debora Mello, chegou a omitir aos investigadores, em um primeiro depoimento, que era agredida, mas após a prisão de Jairinho ela voltou a ser ouvida, e afirmou que sofreu agressões durante o relacionamento de seis anos. Ela relatou ainda que o filho, na época com dois anos, foi agredido pelo político, que chegou a quebrar o fêmur da criança.

O inquérito sobre a morte de Henry só deve ser concluído na semana que vem, após a Polícia adiar novamente o prazo para a conclusão de laudos em celulares do vereador. Jairinho deixou ontem a cela individual que ocupava em Bangu 8, após o fim do período de quarentena, e foi para uma cela coletiva.

A namorada dele e mãe de Henry, Monique Medeiros, continua em um hospital penitenciário, recuperando-se da Covid-19.

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