Foram identificados pela polícia seis suspeitos de ameaçar Cássio, sua mulher e outros jogadores do Corinthians. O delegado responsável pelas investigações, César Saad, foi quem deu a informação a José Luiz Datena, no Manhã Bandeirantes, na Rádio Bandeirantes.
Segundo ele, além do crime de ameaça, os suspeitos podem responder também por associação criminosa, um delito muito mais grave. Além de responder ao inquérito, os suspeitos já identificados devem ser proibidos de assistir a jogos do Corinthians no estádio.
A solicitação já foi encaminhada pela própria polícia à Federação Paulista de Futebol (FPF), confirmou o delegado César Saad.
O goleiro Cássio registrou a denúncia no DOPE após sua mulher receber áudios e fotos de uma pessoa fazendo ameaças de morte através do Instagram de seu personal trainer. Além dos áudios, foi enviada uma foto com uma arma e balas sobre uma camisa do Corinthians.
Além de Cássio, o zagueiro Gil, o atacante Jô, os meias Paulinho e Willian e o lateral Fábio Santos também foram alvos de ameaças anônimas. Gil é citado nas ameaças feitas ao personal da mulher de Cássio para deixar o clube.
Ouça os áudios
"'Você avisa pra ela que nós vai encontrar ela (sic), o marido dela vagabundo, tá? Aqui não tem fã de Cássio não, tá, irmão? Isso aí foi só uma, está ligado. E é o seguinte, quando nós encontrar nós vai (sic) esculachar", ameaçou em um dos trechos. “Ou esse vagabundo pede para sair ou a coisa vai ficar mais embaixo aí”, afirmou em novo áudio no Instagram. “Não sei o que nós (sic) vai fazer. Matar eu não sei. Entendeu? Mas nós (sic) vai achar e esculachar. E pode avisar que nós está fechado com o português [técnico Vítor Pereira] aí, entendeu? Nós tá (sic) fechado com o português, não é com vagabundo e paneleiro não. Você está entendendo? Esse recado vale para todos aí. Para todos. Nós está (sic) na caça”, completou a ameaça.
Mulher de Cássio pediu para eles deixarem o Brasil
Cássio chegou abalado na delegacia. O delegado Saad relatou que Janara Sackl chegou a pedir para o goleiro que a família deixasse o Brasil.
Segundo o repórter João Paulo Capellanes, no Jogo Aberto, o camisa 12 terá uma reunião com a diretoria na parte da tarde para avaliar a possibilidade de rescisão de contrato. Segundo apurou Capellanes, o goleiro deseja continuar e o clube quer contar com o jogador e ídolo corinthiano. O que será avaliado será a decisão da família do goleiro.
Cássio diz que “não ficará calado”
Sexto atleta que mais atuou na história do Corinthians (577 jogos) e recordista de títulos pelo clube (nove), o goleiro Cássio se pronunciou horas depois de ir à polícia e disse não aceitar o que aconteceu e que não ficará calado. Veja o texto na íntegra:
Resolvi me manifestar depois dos fatos que aconteceram com minha família nesta quinta-feira (07/04).
Encaminhei à polícia os áudios recebidos por minha esposa, para que, quem tenha a competência necessária, possa cuidar do caso. Não posso aceitar esse tipo de ameaça de forma alguma. Espero que a justiça seja feita.
Sempre fui um jogador que lidou bem com críticas, discordei e me defendi quando necessário, além de admitir falhas quando entendi que elas aconteceram.
Mas desafio alguém a provar que eu tenha ficado mais de dez anos no Corinthians sendo "vagabundo" ou "paneleiro", os termos que foram usados hoje e que aparecem em algumas manifestações vez ou outra.
Sempre fui um jogador que me dediquei ao máximo e procurei ajudar dentro e fora dos campos os treinadores, atletas e dirigentes que passaram por aqui. Muitas vezes, entrei em campo sem as minhas melhores condições para ajudar o Corinthians. E fiz isso sem esperar nada em troca. Fiz porque sou assim. Sou muito grato ao Corinthians e procuro retribuir essa gratidão deixando tudo o que posso a cada dia.
Tenho total consciência que devo provar sempre porque cheguei a quase 600 jogos e conquistei nove títulos por esse clube. Nunca sentei em cima das glórias, até porque não ganhei nada sozinho e quero seguir ganhando enquanto eu tiver contrato vigente.
Por tudo isso, não aceito o que aconteceu e não quis ficar calado diante de tanta injustiça.
Um abraço a todos.
Cássio