Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão na usina nuclear Angra 1

Objetivo é investigar vazamento de água contaminada no mar de Angra dos Reis, litoral sul do Rio de Janeiro

Da redação com Agência Brasil

Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão na usina nuclear Angra 1
Usina Angra 1, em Angra dos Reis
Divulgação/Eletronuclear

Policiais federais cumprem nesta quinta-feira (11) mandado de busca e apreensão na usina nuclear Angra 1, localizada no complexo de Angra dos Reis, no litoral sul fluminense. Segundo a Polícia Federal (PF), a diligência está relacionada a dois inquéritos policiais que investigam vazamento de água contaminada com resíduos radioativos na Baía de Ilha Grande.

A PF apura se houve omissão, por parte da administração da usina, na comunicação do despejo do material radioativo às autoridades competentes. A polícia investiga também possíveis crimes ambientais.

O vazamento ocorreu em setembro de 2022. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Eletronuclear, estatal que administra a usina, só reconheceu a ocorrência do incidente após quatro meses. Antes disso, segundo o Ibama, a empresa negou que tenha feito o despejo.

Por isso, o Ibama decidiu multar a Eletronuclear em R$ 2,1 milhões. Já a empresa que administra a usina informou que foram despejados apenas 90 litros de água contendo substâncias de “baixo teor radioativo” e que, como os valores estavam abaixo dos limites da legislação, tratou o incidente como um “evento operacional interno”.

Na época da autuação, a empresa informou ainda que também fez um acompanhamento do local onde ocorreu o vazamento e que encontrou apenas dois elementos com uma atividade radiológica baixa, ou seja, com índices de radiação abaixo daquele recebido por uma pessoa durante um exame de raios X.

Em nota, a Eletronuclear disse que forneceu todas as informações solicitadas e que continuará cooperando com as autoridades. A empresa afirma estar comprometida com a segurança e o bem-estar de todos.

"O incidente foi encerrado, suas causas estão sanadas e não existem áreas impróprias nem risco de agravamento da situação. Além disso, o evento não ocasionou nenhum tipo de prejuízo às pessoas ou ao meio ambiente, conclusão referendada pelos próprios órgãos licenciadores (Ibama e Cnen – Comissão Nacional de Energia Nacional). Nenhuma norma foi infringida pela empresa, que sempre atuou com total comprometimento e respeito ao meio ambiente", acrescente o texto.

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