A Polícia Federal aceitou fechar acordo de delação premiada com Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, que já foi convocado na CPI mista dos atos do dia 8 de janeiro, está preso desde maio acusado de falsificar várias carteiras de vacinação contra Covid-19 de sua família e do ex-presidente.
O tenente-coronel Cid tem dado extensos e intensos depoimentos à Polícia Federal, o que indicava que o acordo poderia sair a qualquer momento. A delação não envolve apenas o caso das joias sauditas, mas também o caso de invasão de sistemas da Justiça pelo hacker Walter Delgatti, os bens de Cid e sua família nos Estados Unidos e o caminho e transporte de dinheiro em espécie de volta para o Brasil que teria Bolsonaro como beneficiário final.
A condição para fechar o acordo era dar à PF informações novas que ajudem a esclarecer os crimes investigados, e o ex-ajudante entregou provas suficientes que justificariam aceitar a delação em troca de uma possível redução de pena em eventual condenação.
Nos últimos 20 dias, Mauro Cid deu diversos depoimentos na PF e, em um deles, chegou a ficar mais de 10 horas na sede da PF em Brasília.
O Ministério Público Federal precisa ser ouvido sobre quais as condições deste termo. A delação premiada só começa a valer depois da homologação com aval do Supremo Tribunal Federal.
Ainda segundo apuração de Caiã Messina, a PF tem conversas adiantadas para fechar a delação do segundo-tenente Osmar Crivellatti, ex-assessor de Bolsonaro que o acompanhou aos Estados Unidos quando ele deixou a presidência. Ele também estava entre os alvos da operação do último dia 11 de agosto.