A Polícia Federal anunciou nesta quarta-feira (25) que abriu inquérito para apurar os crimes de genocídio, omissão de socorro, crimes ambientais, além de outros crimes conexos em terras indígenas Yanomami. A investigação tramita na Superintendência Regional da PF em Roraima.
Durante a comitiva do presidente Lula, Flávio Dino informou no úttimo domingo (22) que iria pedir a abertura de inquérito para apurar crime de genocídio e crimes ambientais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
A terra indígena Yanomami é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão de garimpeiros. A contaminação da terra e da água pelo mercúrio utilizado no garimpo impacta na disponibilidade de alimento nas comunidades.
A situação de contaminação e fome já levou à morte 570 crianças nos últimos anos, sendo que 505 tinham menos de 1 ano. Além disso, em 2022 foram confirmados 11.530 casos de malária na região do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. As faixas etárias mais afetadas estão entre os maiores de 50 anos, seguidas pelas faixas de 18 a 49 anos e de 5 a 11 anos.
Crise humanitária
Ricardo Weibe Tapeba, o secretário de Saúde Indígena (SESAI), falou que a missão humanitária começou na região da reserva Yanomami e mais de mil indígenas com graves problemas de saúde e situação de extrema vulnerabilidade foram resgatados.
Segundo o secretário, os principais problemas de saúde identificados são desnutrição e malária. “O cenário que encontramos é de guerra. Estamos implantando um hospital de campanha em Boa Vista para resolvermos o problema de assistência dos indígenas que estão alojados na Casa de Apoio e também dando assistência aos indígenas que estão chegando”, afirmou.