Polícia Civil impõe sigilo de 5 anos sobre informações de operação que deixou 28 mortes no Rio

Ação policial no Jacarezinho, no último dia 6 de maio, é considerada a mais letal da história do Rio

Da Redação, com BandNews FM

Policiais durante operação no Jacarezinho, em 6 de maio
Vanessa Ataliba/Zimel Press/Folhapress

A Polícia Civil do Rio de Janeiro colocou sob sigilo de 5 anos todos os documentos encaminhados pela corporação ao Ministério Público estadual referentes à operação na Favela do Jacarezinho, no realizada em 6 de maio, que resultou em 28 mortos - 27 suspeitos e um policial. A operação policial foi considerada a mais letal da história do Rio. As informações são de Amanda Martins, da BandNews FM

Segundo a corporação, os órgãos responsáveis pela investigação têm amplo acesso a todas as informações, o que garante a transparência e eficácia da apuração.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, votou a favor do início de uma investigação por parte do Ministério Público Federal para apurar o descumprimento de decisão que restringia operações policiais no Rio por conta da pandemia. Na última segunda-feira (24), o julgamento do STF sobre a realização de ações policiais no Rio foi adiado. A medida foi tomada após o ministro Alexandre de Moraes ter pedido vista durante voto registrado. Não há previsão para que o julgamento seja retomado.

Fachin determinou ainda que em até 6 meses, o estado instale equipamentos de GPS e sistemas de gravação de áudio e vídeo nas viaturas policiais e nas fardas dos agentes de segurança.

Entidades da sociedade civil denunciam ações de tortura e excesso policial durante a ação, que foi destaque na imprensa internacional. A Organizações das Nações Unidas (ONU) pediu “investigação independente”.

Em nota, a Polícia Civil se defendeu: "Falar em violação ao Direitos Humanos antes da conclusão das investigações é precipitado e busca politizar a discussão. Os órgãos responsáveis pela investigação têm amplo acesso a todas as informações, sem qualquer sigilo, garantindo a transparência e eficácia da investigação." 

A polícia disse que 25 das vítimas tinham antecedentes criminais. Segundo a corporação, apenas criminosos investigados foram alvos da operação, embora outras pessoas tenham se ferido. 

O policial civil atingido na cabeça e morto na ação era André Frias, de 45 anos, que integrava a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod). 

A Operação Exceptis procurava traficantes acusados de aliciar menores para integrar a facção Comando Vermelho, que atua na região. Os bandidos são acusados ainda de praticar crimes como tráfico de drogas, roubo de cargas e a pedestres, homicídios e até sequestros de trens.

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