Uma história de molecagem, desrespeito e racismo em São Paulo. Um policial militar negro dava uma palestra online sobre racismo, em um curso da Universidade de São Paulo, quando foi alvo justamente daquilo que procurava combater: o racismo. As informações são do Jornal da Band.
No dia do seu aniversário, o tenente-coronel Evanilson Corrêa de Souza teve que ir à delegacia para registrar o ataque racista que sofreu.
“Importante é deixar claro que não pode haver impunidade. Não porque é o coronel Souza, coronel da Polícia Militar, e sim porque é mais um caso de racismo apresentado constitucionalmente contra uma pessoa”, explicou o tenente-coronel.
Comandante de um batalhão da Polícia Militar de São Paulo, o oficial lidera um programa de combate ao racismo dentro da corporação. Ele participava de uma conferência online internacional e dava uma palestra sobre justamente esse tema, quando um dos slides do policial foi alterado. Um dos participantes escreveu a palavra "macaco", além de fazer desenhos obscenos na tela.
“Fui afrontado como pessoa, e fui afrontado também como autoridade, afinal de contas eu estava fardado proferindo uma palestra, uma aula a um grupo de policiais inscritos em um curso promovido em que tinham vários policiais militares, civis, federais, promotores de Justiça”, finalizou.
O caso está sendo apurado pela Polícia Civil. E, como disse o coronel, não deve ficar impune.
Por se tratar de uma conferência online, pelo computador, os investigadores dispõem de várias ferramentas para identificar exatamente qual dos mais de 2 mil participantes foi o autor das ofensas, e fazê-lo responder pelo crime de injúria racial. A pena é de três a cinco anos de prisão.