O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou que foi alvo de três planos que culminariam na morte dele. Entre os supostos atentados, segundo relatou em entrevista ao O Globo, está uma tentativa de prisão e enforcamento na Praça dos Três Poderes após um golpe de Estado.
“Na terceira [plano contra Moraes], os mais exaltados defendiam que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado, aqui na Praça dos Três Poderes. É para sentir o nível de agressividade, o nível de ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição, do cargo ocupado”, disse Moraes em vídeo publicado pelo O Globo.
Os outros dois primeiros planos consistiam na prisão de Moraes por “forças especiais” que viriam de Goiânia e num homicídio, ocasião em que, a caminho da capital do Goiás, os golpistas se “livrariam” do corpo do ministro do STF.
“Tinham três planos. O primeiro plano, num domingo, as forças especiais viriam de Goiânia. 100 pessoas das forças especiais também, um exagero. Mas viriam, me prenderiam e levariam para Goiânia. A segunda era, no meio do caminho para Goiânia, se livrariam do corpo. Aí não seria, propriamente, uma prisão. Seria um homicídio”, informou Moraes.
Ministro alvo da Abin
Ao final do vídeo, o magistrado relatou que, ao saber dos planos, tratou parte das conspirações como exageradas e que já esperava tais medidas dos “golpistas”. Além disso, informou que teve os passos monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“Houve uma tentativa de planejamento, inclusive com a participação da Abin, que monitorava os meus passos, para, quando houvesse a necessidade, realizar a prisão. Quando eu fiquei sabendo disso, na verdade, tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava”, salientou o magistrado.
Moraes como alvo de extremistas
Sobretudo durante o período eleitoral, Moraes foi alvo de extremistas, período em que presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O grupo de militantes atacava as urnas eletrônicas, defendidas pela Corte, e não aceitava o resultado das eleições que deu vitória a ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Processo no STF
Moraes também é relator do inquérito que investiga os atos de 8 de janeiro. Por sinal, depois de quase um ano dos ataques, STF já finalizou a análise de 30 processos que resultaram em penas que variam entre 12 e 17 anos de prisão.
Todos os réus condenados foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe e destruição do patrimônio tombado.