O piloto russo Maxim Kuzminov, que desertou para a Ucrânia em agosto do ano passado, foi morto na Espanha, afirmaram nesta segunda-feira (19/02) o serviço secreto militar da Ucrânia e a imprensa espanhola.
O corpo de Kuzminov, de 28 anos, foi encontrado sem vida e com marcas de tiros numa garagem subterrânea em Villajoyosa, na província de Alicante, noticiou a agência de notícias Efe. Investigadores declararam à Efe que ele foi morto no dia 13 de fevereiro.
A morte do piloto foi confirmada pelo porta-voz do serviço secreto militar ucraniano GUR, Andri Yusov, que disse não ser possível ainda confirmar o motivo da morte.
A polícia espanhola confirmou que o corpo de uma vítima de disparo de arma de fogo foi encontrado, mas não revelou a sua identidade.
O diretor do Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia, Serguei Narishkin, afirmou que Kuzminov havia se tornado um "cadáver moral no momento em que planejou seu crime sujo" e se negou a comentar o caso, noticiaram agências de notícias russas.
A polícia espanhola agora procura por dois suspeitos que fugiram num veículo posteriormente encontrado queimado numa cidade vizinha, informou o jornal espanhol La Información, o primeiro a reportar o crime.
Tinha medo de morrer
De acordo com a imprensa espanhola, Kuzminov tinha medo de morrer na guerra e, por isso, teria decidido voar no helicóptero russo MI-8 que pilotava para a Ucrânia. A deserção foi divulgada como um grande feito por Kiev em setembro, quando imagens do piloto chegando à base militar de Kharkiv, próxima à fronteira com a Rússia, foram divulgadas.
Kuzminov vivia em Villajoyosa, na província de Alicante, onde há uma grande comunidade russa e ucraniana, com um passaporte ucraniano sob uma identidade falsa. Ele teria recebido o equivalente a 460 mil euros do governo da Ucrânia e a cidadania local para trocar de lado e trazer o helicóptero ao país.
A Ucrânia, que se defende de ofensivas russas em grande escala desde fevereiro de 2022, estabeleceu recompensas para equipamentos militares russos funcionais que sejam entregues a Kiev. As recompensas a desertores russos que entreguem um avião de combate podem chegar a 990 mil dólares, mais de R$ 4,9 milhões.
enk/as (Reuters, Efe, DPA, Lusa)