A Procuradoria Geral da República (PGR) cumpre mandados de busca e apreensão contra o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), nesta sexta-feira (20). A informação foi confirmada pela defesa do político à BandNews FM. Outro alvo é Fernando de Souza Oliveira, ex-secretário-executivo da Segurança Pública do território.
A conduta do governador e do ex-secretário-executivo no combate aos atos golpistas, em Brasília, no dia 8 de janeiro, é investigada. Ibaneis foi afastado do cargo por ordem do ministro Alexandre de Moraes, decisão referendada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por 90 dias.
A operação está acontecendo de forma conjunta com a Polícia Federal, na casa e nos locais de trabalho de Ibaneis Rocha. Além do governador do DF, os mandados de busca e apreensão estão sendo realizados na casa do ex-secretário executivo de Segurança do Distrito Federal, Fernando de Souza Oliveira.
As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a partir de pedidos da PGR. O objetivo é buscar provas para instruir o inquérito instaurado para apurar condutas de autoridades públicas que teriam se omitido na obrigação de impedir os atos violentos registrados em 8 de janeiro em Brasília.
As medidas cautelares foram requeridas pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos. Integrantes do grupo acompanham a operação.
As autoridades não encontraram Ibaneis Rocha nos endereços, tanto de residência quanto comercial. O advogado do governador afastado do Distrito Federal informou à Band que o político não está em Brasília.
Ibaneis Rocha prestou depoimento à polícia em 13 de janeiro. Naquele dia, informou que a responsabilidade de garantir a segurança da capital federal não era toda dele e acrescentou dizendo que ficou surpreso com a falta da resistência exigida para a gravidade da situação por parte da PM.
Por conta dos atos golpistas de Brasília, Ibaneis Rocha foi afastado do cargo pelo ministro Alexandre de Moraes, inicialmente por 90 dias, posteriormente sendo confirmado pelo plenário da Corte, por 9 votos a favor e 2 contra.
Advogado de Ibaneis fala com a Band
“Fomos surpreendidos pelo mandado de busca e apreensão, mas o governador não tem absolutamente nada a esconder. Se a PGR e o ministro Alexandre de Moraes entenderam por bem realizar essa diligência que busca, na verdade, provas, é bem-vinda e nós acreditamos que isso vai confirmar a inocência do governador Ibaneis”, informou o advogado de Ibaneis Rocha, Alberto Toron.
“O que nós temos ciência até agora, não se levantou nessa diligência, nada de excepcional senão coisas que cada pessoa tem em casa e no escritório. Enfim, vamos aguardar o encerramento para verificar qual o material foi arrecadado”, acrescentou.
Segundo ele, a determinação de uma realização de busca e apreensão e de prisão, nunca é comunicada antecipadamente aos advogados ou ao investigado, sempre é realizada sem que as partes saibam previamente da realização. “Portanto, só soubemos no instante que foi realizada. Nós nos surpreendemos com a operação, mas não temos nada a temer”.
Alberto Toron reforça que Ibaneis nega qualquer tipo de omissão, conivência e logo que viu o que estava acontecendo tomou as providências que estavam ao alcance do governador.