Cerca de um mês após relatório da Polícia Federal (PF) dizer que o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) cometeu crime, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o arquivamento da investigação contra o também senador piauiense.
Em abril, a corporação concluiu que Ciro recebeu propina do grupo J&F em troca de apoio dos Progressistas à campanha de reeleição da ex-presidente Dilma Roussef, em 2014.
A PGR, por meio da vice-procuradora-geral Lindôra Araújo, ao contrário, destaca que não há provas que envolvam o ministro ao pagamento de R$ 500 mil entregues em uma mala, conforme depôs o empresário Joesley Batista.
“Muito embora não tenha ficado claro o teor das conversas mantidas entre Joesley Batista, Ricardo Saud e Ciro Nogueira, especialmente no tocante à licitude do conteúdo desses diálogos, observa-se que boa parte dos áudios apresentados pelos colaboradores está inaudível, não restando evidenciada, indene de dúvidas, a entrega de uma mala de dinheiro contendo R$ 500 mil”, pontuou a vice-procuradora-geral da República.
Quanto a outros envolvidos no suposto esquema, Joesley Batista, Ricardo Saud, Reginaldo Carvalho, Gilson Andrade e Gustavo Nogueira (irmão de Ciro Nogueira), conforme apontou o relatório da PF, Lindôra solicitou que o processo fique sob a responsabilidade da Justiça Estadual do Piauí.
“No caso, o juízo competente para o processamento e o julgamento dos fatos é a Justiça Estadual do Piauí, uma vez que os valores foram supostamente entregues a Gustavo Nogueira, em um supermercado sediado em Teresina/PI”, avaliou a vice-procuradora-geral.