
A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (3) a vereadora Tatiana Medeiros (PSB), de Teresina, no Piauí, acusada de custear a campanha eleitoral de 2024 com dinheiro oriundo do crime organizado.
A Operação Escudo Eleitoral cumpriu dois mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e três e afastamento da função pública, não só da vereadora, como de cargos comissionados.
A investigação aponta que há elementos que indicam vínculo da candidata eleita ao cargo de vereadora da capital piauiense com uma das facções criminosas com maior atuação no estado.
O advogado Edson Araújo, que representa a vereadora, afirmou que a defesa ainda não obteve acesso aos autos da investigação. O defensor diz ainda estar "surpreso" com o cumprimento do mandado de prisão, por não ver configurados "nenhum dos requisitos que autorizem uma medida tão radical".
Além de custeio da campanha com recursos do crime organizado, a Polícia Federal aponta que há desvios de recursos públicos de uma instituição não governamental.
A Justiça também determinou a suspensão das atividades da ONG e o impedimento de receber aporte de recursos. Foi proibida também a frequência dos suspeitos afastados das funções em locais que trabalhavam e de manter contato com outros servidores.
Partido acompanhará as investigações
O PSB, em nota, afirma acompanhar a prisão da vereadora "com a máxima atenção". "Até o momento, não tivemos acesso ao conteúdo do inquérito policial", disse a sigla.
"Para que possamos nos pronunciar de forma adequada e responsável, é imprescindível que tenhamos acesso ao referido inquérito. A esse respeito, ressaltamos que o partido formalizou o pedido de informações sobre o inquérito policial ainda no dia 27 de dezembro de 2024 e seguimos aguardando as autoridades competentes".
A legenda afirma ainda que acompanhará as investigações de modo a tomar as medidas cabíveis. Em março, o diretório municipal do PSB afastou Tatiana da função de secretária-geral.
Tatiana foi eleita para a Câmara de Teresina em 2024 com 2.925 votos. Antes, havia tentado o cargo em 2020, pelo DEM (hoje, União Brasil), mas não se elegeu.
*Com informações da Agência Estado