PF inicia nova fase de operação contra esquema de venda de sentenças na Bahia

A nova denúncia do Ministério Público Federal aponta que, para não levantar suspeitas, os investigados dividiram as transações financeiras em pequenos valores

Por Ramon Ferraz

Há quase cinco anos, investigações apontam que decisões judiciais teriam sido vendidas para favorecer grilagem de terras na Bahia. O esquema envolveria mais de 360 mil hectares e cifras bilionárias.

Um grupo de magistrados e juristas é acusado de corrupção ativa e passiva, lavagem de ativos, evasão de divisas, organização criminosa e tráfico de influência.

Já houve vários afastamentos e prisões. Os casos são investigados desde 2019 pela operação faroeste, da polícia federal, que agora ganhou novos capítulos.

No início do mês, a Corregedoria Nacional de Justiça abriu uma investigação diante de novas suspeitas de irregularidades na corte baiana. 

Ao mesmo tempo, a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da operação. O alvo é advogado rui barata filho, apontado por delatores como um dos operadores do esquema.

Rui é filho da desembargadora Lígia Cunha, também investigada. Recentemente, outras duas desembargadoras se tornaram rés: maria do socorro, ex-presidente do TJ da Bahia teria favorecido um empresário numa disputa de terras.

Já a magistrada Maria da Graça Osório Pimentel Leal é suspeita de ter recebido propina para decidir a favor do mesmo empresário: Adailton Maturino, conhecido como "falso cônsul" da Guiné-Bissau. Em junho, três juízes de porto seguro foram afastados também suspeitos de relação com grilagem.

A nova denúncia do Ministério Público Federal aponta que, para não levantar suspeitas, os investigados dividiram as transações financeiras em pequenos valores. 

A defesa de Maria Do Socorro nega as acusações e alega que não há provas concretas. Os outros citados na reportagem não responderam.

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