A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público, no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas contra covid-19.
A informação foi divulgada nesta terça-feira (19/03) no blog da jornalista Daniela Lima no portal de notícias G1. Com o indiciamento, o processo segue para o Ministério Público, que decide se apresenta ou não denúncia à Justiça.
Também fazem parte da lista de indiciados o tenente-coronel Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), além de 14 outras pessoas. Cid e Reis foram indiciados, ainda, pelos crimes de inserção e falsificação.
Em maio do ano passado, Bolsonaro prestou depoimento à PF no âmbito dessa investigação sobre supostas fraudes em registros de vacinação contra a covid-19.
A suspeita é de que o ex-presidente e membros de seu círculo familiar e pessoal teriam se beneficiado de um esquema de inserção de dados fraudulentos nos sistemas do Ministério da Saúde para obtenção de comprovantes de vacinação, visando assegurar a entrada dos investigados nos Estados Unidos e burlando exigências sanitárias das autoridades americanas.
Bolsonaro negou ter pedido inserção de dados falsos
Em seu depoimento, Bolsonaro negou ter pedido a inserção de dados falsos em sua carteira de vacinação e no de sua filha. Ele também afirmou que o ex-ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-braço direito, nunca comentou com ele sobre certificados de vacina. O ex-presidente alegou ainda que só soube do caso quando esse foi revelado pela imprensa.
No mesmo mês de maio, o ex-presidente foi um alvo de uma operação da PF, no âmbito dessa mesma investigação, que fez buscas na sua residência em Brasília e prendeu seis pessoas, entre elas assessores de Bolsonaro. O telefone celular do ex-presidente também foi apreendido na ocasião.
Em depoimento à PF em maio a mulher de Mauro Cid, Gabriela Santiago Cid, admitiu que utilizou um certificado falso de vacinação contra a covid-19. Ela culpou o marido pela fraude.
md/cn (ots)