PF faz operação para prender envolvidos em ataque golpista

Ação em 18 estados mira duas centenas de extremistas bolsonaristas que participaram do 8 de Janeiro de 2023 em Brasília. Alvos são foragidos ou descumpriram medidas cautelares determinadas pelo STF.

Por Deutsche Welle

A Policia Federal deflagrou nesta quinta-feira (06/06) uma operação para prender envolvidos no ataque golpista de 8 de janeiro de 2023 — quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por uma turba de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os alvos são pessoas foragidas ou que descumpriram medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao todos, os agentes cumprem 208 medidas judiciais expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 18 estados e no Distrito Federal, que incluem a captura de investigados e condenados e a imposição de ordens como recolocação de tornozeleiras eletrônicas. Desse total, 170 pessoas foram classificadas como foragidas.

As diligências fazem parte da Operação Lesa Pátria, que desde o ano passado apura os responsáveis e executores pelos ataques e já teve 27 fases.

Segundo a PF, até as 10h desta quinta 48 investigados já haviam sido presos – alguns foram capturados em dias anteriores –, nos estados de Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Paraná e no Distrito Federal. "A Polícia Federal continua realizando diligências para localização e captura de outros 163 condenados ou investigados considerados foragidos", informou a instituição.

"Mais de duas centenas de réus, deliberadamente, descumpriram medidas cautelares judiciais ou ainda fugiram para outros países, com o objetivo de se furtarem da aplicação da lei penal", acrescentou a PF.

Alguns dos alvos da operação são procurados após terem violado tornozeleiras eletrônicas. Outros mandados miram pessoas que fugiram para países como a Argentina.

Todos os mandados de prisão foram assinados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que é o relator das investigações sobre os atos antidemocráticos. Os alvos da operação desta quinta respondem pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Tentativa de golpe em Brasília

Em 8 de janeiro, extremistas bolsonaristas que não aceitavam o resultado das eleições invadiram o Congresso Nacional, a sede do Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto em Brasília.

Os golpistas, que estavam concentrados há semanas em frente ao Quartel-General do Exército, invadiram primeiro a sede do Congresso Nacional e depois se dirigiram para as sedes dos outros Poderes, deixando um rastro de destruição.

Imagens transmitidas pelos próprios golpistas mostram os invasores circulando livremente e cometendo atos de vandalismo e depredação dentro dos edifícios, incluindo o plenário do STF. O prejuízo causado pelos extremistas é calculado em R$ 26,2 milhões.

A invasão ocorreu uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e já havia sido antecedida por outras ações violentas de bolsonaristas, como uma tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em dezembro e bloqueios em rodovias federais logo após o segundo turno no final de outubro.

Um dia após a invasão, a Polícia Federal prendeu centenas de golpistas que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.

jps/md (Agência Brasil, ots, DW)

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