A Polícia Federal deflagrou na manhã deste sábado (18) uma operação para investigar e prender suspeitos de estarem envolvidos em uma organização criminosa que recrutaria mulheres e adolescentes para serem exploradas em garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A Band noticiou na quarta-feira (15) o resgate de uma adolescente de 15 anos que tinha sido cooptada por aliciadores para se prostituir no garimpo.
Quatro mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária, expedidos pela Vara de Crimes contra Vulneráveis da Justiça Estadual de Roraima, são cumpridos em Boa Vista.
A Polícia Federal conseguiu identificar pessoas que estariam envolvidas na logística e na operacionalização de um esquema de envio de mulheres e de adolescentes para serem exploradas sexualmente em regiões de garimpo, inclusive mediante o engano destas.
Por meio de perfis falsos em redes sociais, os aliciadores fariam o contato com mulheres e adolescentes, ofertando a possibilidade de trabalharem no garimpo nas mais variadas áreas (inclusive na prostituição) com promessa de ganhos irreais.
Após serem convencidas, um motorista à serviço do grupo criminoso buscaria as vítimas aliciadas, levando-as até uma pista clandestina, onde eram transportadas por avião até a área do garimpo. Lá chegando, em condições de extrema precariedade, as vítimas eram informadas e cobradas pelos custos do transporte, que custaria até R$ 10 mil, gerando, a partir daí, uma dívida inicial com os gerentes do grupo criminoso.
Todo o sustento das vítimas, da alimentação até a moradia, seria cobrado pelos aliciadores, de modo que a estrategicamente impedi-las de saírem de lá enquanto não quitassem a dívida.
Na tentativa de quitar dívidas cada vez maiores, as vítimas chegavam a realizar até 15 programas por noite, além de sofrerem ameaças caso não quisessem se prostituir.
Os principais suspeitos de envolvimento direto com a ação são duas irmãs e o marido de uma delas.