PF quer anular delação de Mauro Cid por entender que ele esconde informações

Pedido de anulação deve ser encaminhado pela STF à PGR

Por Túlio Amâncio

Mauro Cid
Geraldo Magela/Agência Senado

A Polícia Federal pediu que o STF (Supremo Tribunal Federal) anule a delação premiada de Mauro Cid. Nesta terça-feira (19), ele prestou um depoimento na sede da PF, em Brasília, mas a PF ficou insatisfeita e entendeu que ele está escondendo informações.

Agora o pedido da PF será encaminhado pela STF à PGR (Procuradoria Geral da República), que analisará o pedido e tomará uma decisão.

Mauro Cid é ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tenente-coronel do exército. Ele fez acordo de delação premiada com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, em setembro de 2023.

Nesta terça, Cid foi à sede da PF para prestar novo depoimento a respeito da tentativa de golpe para impedir a posse do presidente presidente Lula. O plano era matar o petista, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes.

Segundo a defesa de Cid, ele negou ter participado de qualquer plano de execução de Lula, Alckmin e Moraes. 

Caso a delação premiada seja anulada, Mauro Cid pode perder benefícios e terá que responder por todos crimes dos quais é acusado. Também terá de responder administrativamente dentro do Exército. Ele também poderá ter de responder a um processo adicional por falso testemunho.

Sobre a Operação Contragolpe

Chamada de Contragolpe, a operação foi deflagrada para desarticular uma organização criminosa responsável por ter planejado um golpe de Estado para impedir a posse do governo legitimamente eleito e restringir o livre exercício do Poder Judiciário.

A ação foi baseada em dados apagados e recuperados de aparelhos eletrônicos de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo de Jair Bolsonaro. 

As investigações apontam que a organização se utilizou de “elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022”. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE) – conhecidos como “kids pretos”. 

Os presos confirmados são:

Segundo apuração da reportagem da Band, os militares foram presos no Rio de Janeiro. Já o policial federal foi detido em Brasília. 

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