Em meio à abertura da CPI da Petrobras, o ministro Adolfo Sachsida, de Minas e Energia, disse que o governo não pode interferir nos preços da estatal, apesar de ser acionista majoritário. A declaração foi dada em resposta a deputados durante audiência na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (21).
“É difícil para a população entender por que o governo não interfere nos preços dos combustíveis. Não é possível interferir no preço dos combustíveis. Não está no controle do governo. Preço é decisão da empresa e não do governo. Temos marcos legais que impedem a interferência do governo, mesmo sendo acionista majoritário”, disse Sachsida.
A fala do ministro se contextualiza com três fatos que marcaram os últimos dias: reajuste de preços da gasolina e diesel pela Petrobras, pedido de abertura de CPI contra a estatal e renúncia do então presidente da companhia, José Mauro Coelho.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), inclusive, foi requerida à presidência da Câmara com 16 assinaturas iniciais, todas de deputados governistas, a exemplo de Daniel Silveira (PTB), Bia Kicis (PL) e Eduardo Bolsonaro (PL), filho do presidente da República.
Reunião de líderes
Ontem, líderes da Câmara discutiram a possível abertura de CPI contra a Petrobras, aumento da taxação dos lucros da companhia reavaliação da política de preços adotada pela estatal.
Ainda ontem, José Mauro Coelho pediu demissão da presidência da Petrobras sob pressão do Palácio do Planalto e da presidência da Câmara Federal. Em seguida, a companhia anunciou Fernando Borges, então diretor de Exploração e Produção, para ocupar o cargo interinamente até a eleição e posse do novo gestor.