Cidades do interior de São Paulo como Catanduva, Presidente Prudente, Araraquara, Franca e Ribeirão Preto, sofrem com o aumento de casos e internações por Covid-19
Alguns municípios já decidiram adotar medidas mais restritivas do que as aplicadas no restante do estado para tentar conter a circulação do vírus.
Em entrevista nesta sexta-feira (11) à rádio BandNews FM, o professor Carlos Magno Fortaleza, da Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu, alertou à população que mantenha os cuidados contra a Covid-19.
O médico infectologista disse que nas cidades menores há uma mistura explosiva de descumprimento das medidas de proteção com a falta de leitos hospitalares.
“Essa interiorização foi amplamente estudada por nós”, contou Fortaleza. “Essas pequenas cidades são, ao mesmo tempo, as mais conservadoras - onde há menos adesão às medidas de isolamento, de restrição social - e também são aquelas que têm menos acesso a leitos hospitalares.”
Carlos Magno Fortaleza, que também é integrante do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, evitou falar em terceira onda da pandemia e prefere apontar que se trata de um agravamento da segunda.
“É uma questão semântica e uma questão geométrica. A gente chama de terceira onda quando se desce o número de casos globalmente até próximo do zero e o número de casos volta a crescer”, explicou o professor. “O que estamos vendo no interior, eu não chamaria de terceira onda. Eu chamaria de uma variação perigosa no topo da segunda onda”, completou.
O médico infectologista comentou ainda que medidas restritivas funcionam melhor se aplicadas de forma ampla abrangendo todo o estado ou até o país.
Carlos Magno Fortaleza também falou do estudo que está conduzindo sobre a eficácia da vacina Oxford-AstraZeneca com a vacinação em massa na cidade de Botucatu. Cerca de 60 mil pessoas tomaram a primeira dose como parte da pesquisa.
O professor da Faculdade de Medicina da Unesp explicou que já foi possível notar uma estabilidade no número de casos da Covid-19 e espera uma queda nas internações e mortes a partir da semana que vem.
Sobre a efetividade da vacina Oxford-AstraZeneca, os resultados só devem começar a ser divulgados em dois meses.