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"Perco mais do que um amigo, perco um orientador", diz Temer sobre Delfim Netto

Ex-ministro Delfim Netto morreu na manhã desta segunda-feira (12) aos 96 anos, em São Paulo, por complicações no quadro de saúde

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O ex-presidente Michel Temer lamentou a morte do ex-ministro Delfim Neto durante entrevista ao Manhã BandNews TV nesta segunda-feira (12). O economista morreu nesta manhã, aos 96 anos, em decorrência de complicações no quadro de saúde. 

"Perco um grande, mas mais do que um amigo, perco uma espécie de orientador", disse Temer. O ex-presidente relembrou que Delfim Netto atuou durante a ditadura militar e destacou os feitos dele na economia.

"Ele foi uma espécie de conselheiro quando eu assumi (a presidência). Ele nos dava os melhores conselhos e sempre teve uma atuação discreta. Me tornei muito amigo do Delfim. Nós almoçávamos pelo menos uma vez por mês para trocarmos ideia."

Delfim Netto foi um dos principais personagens da economia brasileira e um dos mais longevos ministros da Fazenda do País, tendo ocupado o cargo entre os anos de 1967 e 1974.

No tempo em que esteve diante da pasta, o Brasil iniciou o período que ficou conhecido como "milagre econômico" – quando o Brasil passou da 48ª posição para o 8º lugar entre as maiores economias do mundo.

Na avaliação de Temer, o ex-ministro "prestou um serviço inestimável ao Brasil". Delfim não deu conselhos apenas para Temer, mas para diversos ex-presidentes brasileiros, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lamentou a morte e o classificou como um "adversário político inteligente". 

Para Temer, Delfim Netto, ao transitar entre os governos brasileiros, mostrava sua "capacidade de se adaptar aos diversos tempos".  

"(Delfim Netto) vai fazer falta a muitos amigos e àqueles que dele se serviram para saber quais rumos o país deve tomar. Ele prestigiava e ajudava o Brasil ao ajudar os ex-presidentes".

Ex-ministro e economista Delfim Netto | Foto: Salu Parente/Câmara dos Deputados

Delfim Netto foi signatário do AI-5

Delfim Netto esteve presente na reunião e assinou o Ato Institucional nº 5, o AI-5, que endureceu a repressão durante a ditadura militar no Brasil, em 1968.

"Ele assinou um documento que eu naturalmente repudio. Nas várias conversas que tivemos durante os almoços, ele tratava com muito ironia e sabedoria esses momentos. Com a retomada da democracia, ele não titubeou em assinar a nova Constituição Federal", disse Temer.

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