Pela primeira vez fora de Londres, rainha Elizabeth recebe Liz Truss para posse

Posse de Liz Truss como primeira-ministra em cerimônia na Escócia acontece devido a possíveis problemas de saúde da rainha Elizabeth

Por Édrian Santos

Na Escócia, a nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, toma posse nesta terça-feira (6), em cerimônia com a rainha Elizabeth. Esta é a primeira vez que o ritual ocorre fora do Palácio de Buckingham, em Londres. Sem informações oficiais, a imprensa britânica aponta problemas de saúde da monarca para a quebra de protocolo.

Truss foi eleita pelos membros do Partido Conservador, maioria no Parlamento britânico, para comandar o governo. Vale lembrar que Boris Johnson renunciou ao cargo em julho devido à escândalos envolvendo festas na pandemia e assédios cometidos por aliado.

A política é considerada até mais incisiva que Johnson em assuntos polêmicos como imigração e Brexit. A nova premiê se inspira na ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, conhecida como “Dama de Ferro”, para governar o Reino Unido.

Atuação política e profissional de Truss

Elizabeth Truss foi secretária das Relações Exteriores do Reino Unido, nomeada em setembro de 2021. Anterior a esse posto, ela chefiou o Ministério das Mulheres e Igualdade. Eleita deputada em 2010 e com 47 anos, a nova premiê estudou filosofia, política e economia na Universidade de Oxford.

De 2012 aos dias atuais, Truss ocupou importantes cargos no governo britânico. Ela foi subsecretária de Estado Parlamentar para Educação e Assistência Infantil (2012), secretária de Estado para Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (2014-2016), além da nomeação como Lorde Chanceler e Secretária de Estado da Justiça (2016-2017). A política também foi secretária-chefe do Tesouro entre 2017 e 2019.

Casada e mãe de dois filhos, Truss também trabalhou no setor de energia e telecomunicações, além da experiência de 10 anos como gerente comercial e diretora econômica.

Saída turbulenta de Johnson

Em julho, Boris Johnson renunciou ao cargo em meio a escândalos. O premiê tinha ampla maioria no Parlamento. Por outro lado, denúncias relativas ao escândalo conhecido como “Partygate” fizeram com que toda essa rede sustentação começasse a ruir.

A gota d’água envolveu denúncias de assédio contra deputado conservador Chris Pincher, um dos principais aliados do então primeiro-ministro e indicado a vice-líder do Partido Conservador. Homens relataram que foram apalpados em festa da legenda, o que desencadeou outras acusações semelhantes.

Em carta enviada ao primeiro-ministro, Pincher pediu desculpas, disse que estava bêbado e que se envergonha do comportamento inadequado, além de renunciar ao cargo de confiança no governo. Johnson, então, suspendeu o aliado das atividades do partido.

Medidas polêmicas

Em quase três anos, o governo de Boris Johnson também foi marcado por feitos polêmicos, a exemplo da concretização da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), apoio do então primeiro-ministro à Ucrânia contra a Rússia e campanha de vacinação em massa contra a covid-19, apesar do tom negacionista no início da crise sanitária.

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