O ministro Paulo Guedes confirmou Daniella Marques como substituta de Pedro Guimarães na presidência da Caixa após denúncia de funcionárias por assédio sexual. A informação foi dada ao repórter Valteno de Oliveira, da Band, nesta quarta-feira (29).
Guimarães, porém, ainda não teve a saída da presidência da Caixa anunciada oficialmente. Na manhã de hoje, ele participou de evento interno em Brasília, mas não tocou no assunto. No discurso, ele destacou feitos na Caixa desde que assumiu o banco.
“De uma maneira muito clara, são quase 20 anos juntos, dois filhos e uma vida e uma vida inteira pautada pela ética. Tanto é verdade que, quando eu assumi o banco, tinha as piores [inaudível] das estatais. 10 anos com balanço, com ressalva, uma série de questões que todos vocês sabem”, pontuou Guimarães.
Desde fevereiro, Daniella chefia a Secretaria de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia. Outra fonte ligada ao Palácio do Planalto ouvida pela reportagem relatou que a secretária é muito bem vista pelo governo.
Aliados avaliam que, dada a repercussão negativa da denúncia de assédio contra funcionárias da Caixa em meio ao eleitorado feminino, o indicado para a presidência do banco deveria ser uma mulher. Ela também é apontada como um dos braços direitos do ministro da Economia.
Quem é Daniella Marques
Daniella é a atual secretaria de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia e braço direito do ministro Paulo Guedes. Ela foi nomeada em fevereiro para o cargo. Antes, ela atuava como chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do ministro Paulo Guedes desde o início do governo, em 2019.
Formada em Administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e com MBA em Finanças pelo IBMEC/RJ, Daniella atuou por 20 anos no mercado financeiro, na área de gestão independente de fundos de investimentos.
Oposição quer convocação
Mais cedo, a oposição protocolou um pedido de convocação do gestor da Caixa para que preste informações sobre as denúncias na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a audiência será fundamental para a proteção das mulheres.
Caixa e sindicato divulgam notas
Ainda na última terça-feira (28), a Caixa divulgou nota em que disse não ter conhecimento das denúncias. O banco informou que adota medidas contra condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio.
Quem também se manifestou sobre as denúncias contra Guimarães foi o Sindicato dos Bancários de Brasília, que divulgou nota de repúdio nesta quarta. A entidade disse que o comportamento é repugnante e pediu punição exemplar, caso as investigações do Ministério Público Federal (MPF) confirme o assédio sexual.
“O Sindicato se solidariza com as bancárias vítimas dessa conduta condenável do presidente da Caixa e disponibiliza a elas (e a quem precisar) toda a sua estrutura – principalmente jurídica –, tanto como apoio especializado como para a adoção das providências que se fizerem necessárias”, diz o texto do sindicato.