O domingo (30) foi de eleições legislativas em Portugal. O PS (Partido Socialista), do atual primeiro-ministro António Costa, obteve uma importante maioria no parlamento, contrariando pesquisas.
O partido de centro-esquerda conseguiu a maioria das 230 cadeiras no parlamento e quase 42% dos votos. A legenda do primeiro-ministro, com 117 assentos, não vai precisar de nenhuma coligação com outras siglas para governar.
Durante seis anos, de 2015 a 2021, o arranjo do PS com outros partidos de esquerda, apelidado de “geringonça” por causa da improvável aliança, deu a sustentação do governo. É raro em Portugal que uma legenda obtenha maioria das cadeiras – desde 1976, apenas quatro maiorias absolutas aconteceram, sendo a última há 17 anos.
As eleições antecipadas foram convocadas no final de 2021, porque o orçamento apresentado por António Costa não foi aprovado no parlamento, e as duas legendas de esquerda – CDU (Coligação Democrática Unitária) e Bloco de Esquerda – que faziam parte do governo rejeitaram a proposta. No fim, ambas perderam votos e representantes no parlamento.
O PSD (Partido Social Democrata), de centro-direita, foi o segundo mais votado, com quase 28% dos votos e 71 cadeiras. O partido CHEGA, de extrema-direita, conseguiu aumentar sua participação no parlamento, de uma para 12 cadeiras, com mais de 7% dos votos. A legenda foi fundada em 2019 como uma dissidência do PSD.
António Costa disse que Portugal optou por estabilidade e tranquilidade. O primeiro-ministro disse que vai se reunir com representantes de todas as legendas, exceto do CHEGA. Ex-prefeito de Lisboa, ele é conhecido por ser um político com habilidade para costurar alianças.